Sem ser, agora, inesperado, eis um sinal de continuidade numa mudança de cerca de 2004/5 em Angola.
O Presidente João Lourenço manifestou ontem apreço pelo papel construtivo que a China desempenha como factor de paz e estabilidade no plano internacional e o de impulsionador do progresso e desenvolvimento de outras nações ao nível mundial.
Na verdade entre 75/79 a RPChina era vista com péssimos olhos na RPA em especial a do MPLA/PT pós 27 de maio de 1977, mas a situação foi-se solucionando e em 1983 Angola e a China estabeleceram relações diplomáticas ainda em plena primeira guerra civil ( talvez segunda se reconhecermos que além da Luta de Libertação Nacional o periodo 1961/74 tambem foi de guerra civil entre a FNLA o MPLA depois a UNITA).
Esta conflitualidade com a China que apoiou Viriato da Cruz contra Agostinho Neto e a UNITA contra o MPLA como se vê demorou 44/5 anos a resolver-se e só se solucionou porque os EUA quiseram impor-se demasiado neo colonialmente a um MPLA que literalmente pensara que tinha com os petróleos comprado a maior potência do mundo e perante os abusos norte americanos só restou a José Eduardo dos Santos entregar-se nas mãos da China de Xijingping.
Numa mensagem de felicitação dirigida ao homólogo chinês, Xi Jin- ping, pelos 70 anos da República Popular da China, assinalados anteontem, o Chefe de Estado Angolano considerou que a celebração da efeméride “ilustra as grandes realizações conseguidas pelo povo chinês ao longo destas sete décadas em que a China alcançou altos níveis de desenvolvimento, em domínios fundamentais da vida do Vosso país”.
“Quero, nesta data, expressar o nosso desejo de aprofundar continuamente as relações de amizade e de cooperação existentes entre os nossos dois países, com a certeza de que os passos que formos dando, nesse sentido, contribuam para a intensificação dos bene- fícios mutuamente vantajosos”, realçou o Presidente João Lourenço na sua mensagem.
Vejam só o sarilho portugues ( e o da CPLP) entre um Brasil bolsonaro-trumpista e uma Angola chinesa e por tal muito pouco americana …
Joffre Justino