Combater a falta de água

A Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado (ARBCAS) vai assinar, esta sexta-feira, 19.04, contratos para a elaboração de dois projetos, no valor global a rondar os 836 mil euros, para reforçar de água à barragem de Campilhas e a modernização do bloco de rega de Alvalade.

O presidente da ARBCAS, Rui Batista, explicou hoje à agência Lusa que o primeiro projeto “prevê, em principio, a ligação da água de Alqueva até à barragem de Campilhas” e o segundo projeto, acrescentou, “é para a modernização da rede de rega na zona de Alvalade”, no concelho de Santiago do Cacém.

“São dois projetos que visam melhorar a disponibilidade [de água] nesta zona tão afetada pela seca”, disse.

Segundo a ARBCAS, estes projetos de execução, resultam de uma candidatura ao Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), representando um investimento de 836.700 euros, financiados a 95% por fundos comunitários.

Pretende-se “por um lado aumentar a resiliência dos sistemas existentes com o reforço do abastecimento de água através de novas origens, neste caso através da ligação de Alqueva à albufeira de Campilhas”, e por outro, irá “melhorar a eficiência dos sistemas de distribuição de água existentes, passando [de] sistemas de rega por gravidade, a céu aberto, para sistemas de rega em pressão, aumentando a eficiência e reduzindo as perdas de água em 2.000 ha [hectares]”, referiu.

No entender de Rui Batista, a “ligação a Campilhas” representa “um marco” para este território, uma vez que esta albufeira “precisa muitíssimo de ter uma fonte adicional de água” e “é uma barragem muito afetada pelas alterações climáticas”.

“Estivemos dois, três anos sem regar porque aquela zona de Campilhas está a ser muito fustigada pela falta de água e esta ligação a Alqueva seria uma mudança muito grande, não só nas condições de rega, como nas condições de desenvolvimento de toda esta região”, considerou.

Além da “ligação à barragem de Alqueva”, o responsável revelou que o projeto para o reforço de água à albufeira de Campilhas vai também estudar “outras possibilidades”, como, “algumas afluências do Sado” ou a possível construção de “uma dessalinizadora em Sines”, exemplificou.

O presidente da associação de beneficiários precisou que os projetos de execução “estarão concluídos dentro de um ano” e admitiu que as obras vão depender de financiamento comunitário.

Joffre Justino 

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Foto de destaque: IA