Trump, segundo Zelenskyy, não apenas reescreveu a história ao acusar falsamente a Ucrânia de iniciar o conflito, como também o apelidou de "ditador sem eleições", enquanto elogios à liderança de Putin marcaram a nova narrativa da Casa Branca.
“Odeio Putin a 100%. Não a 99, a 100.”
Zelenskyy foi taxativo: “Putin assassinou crianças, invadiu escolas, destruiu hospitais. Como podemos confiar em negociações com um assassino?” O número chocante de vítimas desde o início do conflito reforça esta posição: mais de 600 crianças mortas, 13 mil civis mortos, 100 mil soldados ucranianos caídos. Tudo em nome do que Zelenskyy apelida de “guerra de vaidade” de Putin.
A entrevista decorreu em Krivyi Rih, no abrigo subterrâneo da Escola 41, onde, dias antes, nove crianças foram mortas por um míssil russo. Ali, o presidente ucraniano homenageou as vítimas com um memorial simbólico e emocionado.
Zelenskyy desafiou Trump a visitar qualquer cidade bombardeada: “Não preparamos nada, não há atores nas ruas. Venha ver hospitais, igrejas, crianças mortas. Entenda com quem está a negociar.” Ao mesmo tempo, confessou, com uma pausa carregada de dor, que já duvida da total lealdade dos Estados Unidos, embora continue a confiar no povo americano.
Apesar dos 175 mil milhões de dólares de ajuda internacional, dos quais 100 mil milhões foram em equipamento militar, o apoio tem estagnado. Zelenskyy sublinha que essa ajuda não é caridade, mas uma defesa dos valores partilhados da democracia e segurança global.
No momento mais grave da entrevista, Zelenskyy alerta que Putin não quer apenas a Ucrânia – quer a Europa, quer ressuscitar o Império Russo. Se o Ocidente recuar agora, a consequência pode ser “uma nova guerra mundial”.
Zelenskyy defende que qualquer cessar-fogo só é aceitável com garantias reais de segurança, e sugere uma força internacional de paz, com aviões a proteger o espaço aéreo. Rejeita qualquer concessão de território: “Não perdemos nada. Roubaram-nos. Vamos recuperá-lo.”
O apelo é claro: “A única coisa que queremos é justiça. Os assassinos devem pagar.”
🧠 Neste momento decisivo da história europeia, as palavras de Zelenskyy ressoam como um aviso e um apelo à ação. A verdade é uma arma poderosa — mas só se o mundo estiver disposto a ouvi-la.
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