O sacerdote na pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo foi descrito em publicação nas redes sociais como “um homem que representa em seus atos os valores humanistas do cristianismo” pelo PR Lula.
Tambem os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Jader Filho (Cidades) também felicitaram o padre.
O ministro Alexandre Padilha relembrou a trajetória política de Júlio Lancellotti, e Sônia Guajajara afirmou que ele é uma “inspiração na defesa dos mais pobres” conhecido que é pelo seu trabalho de assistência social a pessoas em situação de rua.
Lancelloti foi um dos 246 integrantes do Conselhão de Lula, composto por representantes de diversos setores da sociedade civil para assessorar a Presidência da República na formulação de políticas e diretrizes.
Os deputados federais Guilherme Boulos (Psol-SP) e Érika Hilton (PSOL-SP) também felicitaram Lancellotti, dando destaque à sua atuação nas ruas.
E deixamos uns apontamentos sobre a sua vida e cristã pratica!
O padre Lancelotti o segundo dos três filhos do casal Milton Fagundes Lancellotti e Wilma Ferrari, descendentes de imigrantes italiano nasceu no hospital São José do Brás.
Júlio iniciou sua educação formal no Educandário Espírito Santo, mantido pelas Missionárias Servas do Espírito Santo, no Tatuapé. Aos doze anos, entrou para o seminário em Araraquara, mas, incomodado com a rigidez da instituição, retornou para São Paulo, onde terminou o ginásio numa escola de presbíteros agostinianos.
Decidiu mais uma vez se preparar para a carreira religiosa, e chegou a ser frade, mas, aos dezenove anos, largou a batina novamente quando ja tinha concluido um curso de auxiliar de enfermagem na Santa Casa de Misericórdia de Bragança Paulista e passou a exercer essa profissão.
Concluiu a seguir o curso de Pedagogia fez uma especialização em Orientação Educacional na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, onde atuou como professor-assistente do professor Carlos Alberto Andreucci, além de ministrar aulas nas faculdades Oswaldo Cruz, Castro Alves, Piratininga e no Instituto Nossa Senhora Auxiliadora, sendo neste último, voltado para preparação para o magistério.
Lancellotti também trabalhou no Serviço Social de Menores, que, mais tarde, se transformou na Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, e no Centro de Apoio ao Imigrante, no Brás, dando aulas para crianças com dificuldade de aprendizado.
Em 1980, conheceu Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, então bispo-auxiliar de São Paulo, e ficaram muito próximos pelo que juntos fizeram a fundamentação da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo.
Um ano depois, começou a estudar Teologia e foi ordenado sacerdote em 20 de abril de 1985.
Participou com Dom Luciano Mendes de toda a fundamentação da Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo.
Participou nos grupos de fundação da Pastoral da Criança e colaborou na formulação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Em 1986 foi designado para a Paróquia São Miguel Arcanjo da Mooca, onde iniciou trabalho pastoral com moradores de rua e menores abandonados.
Participou da campanha contra maus tratos ocorridos na Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (FEBEM), resultando um manifesto contra a política do "Cacete pedagógico" e ainda a demissão da presidente da FEBEM Maria Inês Bierrenbach em março de 1986, substituída por Nazih Curi Meserani.
Quatro anos depois foi um dos fundadores da Comunidade Povo da Rua São Martinho de Lima, abrigo para moradores de rua que possuía cozinha, lavanderia e uma pequena marcenaria destinada a realização de cursos profissionalizantes.
Atua junto a menores infratores, detentos e em liberdade assistida, pacientes com HIV/Aids e populações de baixa renda e em situação de rua.
Acredita na pessoa humana acima de tudo, "como imagem e semelhança de Deus" e considera que todos os cidadãos devem ter seus direitos respeitados.
Em 26 de julho de 1991 fundou a "Casa Vida I" e, posteriormente, a "Casa Vida II", para acolher crianças portadoras do vírus HIV.
O projeto teve como madrinha Diana, Princesa de Gales e recebeu recursos de várias organizações religiosas do mundo.
Como vigário episcopal do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, está à frente de vários projetos municipais de atendimento à população carente, como é o programa "A Gente na Rua", formado por agentes comunitários de saúde, ex-moradores de rua.
No final dos anos 1990 atuava dentro de unidades da FEBEM, por meio da Pastoral do Menor, denunciando maus tratos e torturas aos menores.
O seu trabalho acabou reconhecido pelo Unesco e recebeu seu primeiro título de Doutor Honoris Causa pela PUC.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil deu-lhe o Prêmio Franz de Castro Holzwarth em 2000 por seu trabalho contra a violação sistemática dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Em 2003, a Casa Vida recebeu o Prêmio OPAS, da Organização Pan-Americana da Saúde.
Em 2004, o Movimento Nacional de Direitos Humanos concedeu-lhe o Prêmio Nacional de Direitos Humanos.
Também em 2004, a Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo ganhou o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, na categoria livre.
Em 2005, Pe. Júlio recebeu menção honrosa do Prêmio Alceu Amoroso Lima Direitos Humanos.
Em 2007, o Pe. Júlio recebeu o Prêmio Direitos Humanos promovido pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, na categoria "Enfrentamento à Pobreza".
Em 2020, o Padre Júlio recebeu, pelo voto popular, o Prêmio Poc Awards na categoria "Influencer do Ano", promovido pelo Gay Blog Br, a indicação de Lancellotti resultou do se posicionar frequentemente contra a homofobia.
Pe. Júlio é ainda Doutor Honoris Causa pela Universidade São Judas Tadeu (2004) e pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Em 2021, Padre Júlio foi um dos vencedores do Prêmio Zilda Arns pela Defesa e Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa, da Câmara dos Deputados, reconhecido pelo seu trabalho em benefício da população em situação de rua.
Em 2022 foi agraciado com o Prêmio Juca Pato.
Foi condecorado com a medalha da Ordem do Mérito do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, no grau de Grã-Cruz, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 29 de agosto de 2023.
Em 24 de setembro de 2023, o Padre Júlio Lancellotti recebeu uma medalha Ordem do Mérito, que foi concedida e entregue pelo ministro Flávio Dino, na Capela São Judas Tadeu, na região da Mooca, em São Paulo.
Joffre Justino
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