As informações são da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Badum afirma que Merz desrespeitou o Brasil, país que ela define como “uma das maiores democracias do mundo” e parceiro estratégico da Alemanha. A parlamentar destaca que “em vez de reconhecer [...] a inspiradora alegria de viver das pessoas no Pará, o senhor desvalorizou publicamente nosso parceiro mais importante na América do Sul”. Ela acrescenta: “Como deputada alemã na COP30, envergonho-me de suas palavras e já tive que me desculpar várias vezes em conversas com pessoas do Pará pois esta não é a Alemanha que desejo representar”.

Merz esteve em Belém em 7 de novembro, onde se reuniu com Lula e prometeu que a Alemanha faria um apoio  ao TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre), iniciativa brasileira voltada à preservação das florestas tropicais, como a Amazonia.

Merz, no entanto, não informou o valor que seu governo pretende destinar ao fundo.

De volta à Alemanha, em discurso no Congresso Alemão do Comércio, Merz comparou seu país ao Brasil de forma depreciativa. “Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo”, afirmou.

Em seguida, relatou ter perguntado a jornalistas que o acompanhavam: “Quem de vocês gostaria de ficar aqui?”.

Segundo ele, ninguém ergueu a mão e concluiu que todos ficaram contentes de ter retornado “especialmente daquele lugar onde estávamos”.

O discurso provocou forte reação no Brasil, com manifestações de Lula, do prefeito de Belém, Igor Normando, e do governador Helder Barbalho.

“Se já vem de mãos vazias, deveria ao menos não esquecer suas boas maneiras”, diz Badum

Na carta, Lisa Badum também critica a postura do lider  alemão em relação às responsabilidades climáticas da União Europeia.

Ela afirma que Merz foi à COP30 “sem compromissos financeiros concretos de aporte ao TFFF e, além disso, é responsável por um plano climático da União Europeia sem uma meta clara para 2035”.

A parlamentar exige  que o lider alemao  anuncie o valor do acrecentado  alemão ao fundo antes do fim da conferência. “A crise climática requer solidariedade internacional e cooperação em vez de arrogância mesquinha”, escreve.

E arremata: “Se já vem de mãos vazias, deveria ao menos não esquecer suas boas maneiras em casa”.

Badum destaca ainda sua própria experiência na Amazonia.

Ela relata ter visitado uma comunidade afro-brasileira produtora de açaí e frutas tropicais: “Essas pessoas me mostraram um enorme calor e hospitalidade que permanecerão em minha memória por muito tempo”.

A deputada na verdade com ironia exigiu  que, em futuras visitas, Merz busque contato direto com a população local para evitar uma visão “unilateral” da região.

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