Nas últimas semanas, a REE está a monitorizar os possiveis comportamentos anómalos na rede eléctrica, especialmente variações súbitas na tensão. Estes desequilíbrios, segundo a própria empresa, podem “desencadear desconexões de procura e/ou geração” e conduzir a falhas em cadeia no sistema eléctrico.
Assim, a REE enviou um pedido formal à CNMC, datado de 7 de Outubro, a solicitar alterações imediatas nas regras de operação. Pretende-se aplicar medidas provisórias durante 30 dias, prorrogáveis por mais 15, com acompanhamento diário dos resultados.
Estas mudanças são vitais para travar o risco iminente de apagões.
Entre as causas identificadas para estas instabilidades estão a rápida integração de energias renováveis e o aumento do autoconsumo, sobretudo através de instalações ligadas à rede por electrónica de potência.
Muitos destes sistemas não conseguem responder de forma eficiente às flutuações da rede, criando vulnerabilidades. Além disso, a concentração de produção solar em determinadas zonas e a redução da procura nas horas de pico de geração solar provocam um efeito de “descarga” nas redes.
O que faz com que pequenas alterações de potência tenham um impacto cada vez maior na tensão eléctrica.
A CNMC aprovou um conjunto de medidas temporárias com carácter de urgência.
Entre as principais mudanças está a possibilidade de activar grupos térmicos adicionais, mesmo fora dos parâmetros normais, para garantir reservas suficientes.
A REE poderá ainda flexibilizar a publicação do Programa Diário Viável Provisório (PDVP) em casos de risco para a estabilidade da rede.
Foi também determinado que todas as instalações, mesmo as que não participam na regulação secundária, devem cumprir os perfis de rampa estabelecidos (PTR).
No que diz respeito ao controlo da tensão, o número de medições exigidas por período passou de 30 para 60, e a percentagem de amostras válidas subiu de 75 % para 90 %.