Assim, o aeroporto Humberto Delgado é a estrutura mais poluente do país e as emissões não param de subir, tendo já emitido mais toneladas de CO2 este ano do que as 3,35 milhões de 2023.

Francisco Ferreira, da ZERO, associação sistema Terrestre Sustentável diz que “pior do que o avião, só mesmo o carro que neste trajecto emite 50 quilos de dióxido de carbono por pessoa”. Depois o transporte de  avião com 36 quilos por pessoa. “A melhor opção é o comboio Alfa Pendular, Autocarro e o Comboio Intercidades”.

Neste ranking elaborado pela Zero, o carro eléctrico com cinco ocupantes é o líder, com apenas 1,2 kg de emissões de dióxido de carbono por pessoa.

O Avião Polui cinco a nove vezes mais por passageiro do que o comboio ou o autocarro pelo que as ligações aéreas Lisboa/Porto/Lisboa devem ser evitadas “porque é necessário gastar muito mais combustível, uma vez que o tempo entre a subida e o aterragem é muito curto”.

O sector dos transportes foi o que mais contribuiu em Portugal para o aumento das emissões de gases poluentes, representando mais 40% do total entre 1990 e 2013.

Perante esta realidade foram preocupantes declarações da mimistra como, “É perfeitamente normal e será feito dentro da normalidade, mas de uma forma célere para que não atrase o processo”, desvalorizando as avaliações de impato ambiental!

 Ora neste contexto gostem ou nao os gestores e até os utentes do avião que a falta de dialogo com os meios ambientalistas e ecologistas, a recusa em ouvir as suas preocupações relevam um posicionamento bem doentio da economia e do seu futuro

Dispender uma fortuna em fazer crescer  um aeroporto quando o país ja multiplica por 3 os que nos vao visitando afetando a poluição das aguas e do ar e ate gerando alteracoes radicais na vivencialidade urbana em Lisboa, no Porto e nas urbes é um absurdo economico!

Por isso entendemos essencial divulgar esta Convocatória da Climaximo!

 

Convocatória: Parar os Aviões

Os últimos anos foram os mais quentes desde que há registo. Em 2024, assistimos com horror e aflição a catástrofes climáticas que não apenas parecem cenários de guerra: sãoverdadeiros cenários de guerra. Sabemos que a queima de combustíveis fósseis, que alimenta os lucros milionários das empresas, produz bombas de carbono que devastam a vida de pessoas por todo o mundo. Os Governos e as empresas recusam-se a mudar de rumo, acelerando desenfreadamente para o colapso e levando-nos atrás. Não podemos ficar sentados no sofá e aceitar o fim do mundo – precisamos de nos erguer e desafiar as regras deles.

O Aeroporto de Lisboa é o exemplo mais claro em Portugal desta guerra demolidora: o 8º aeroporto mais movimentado da Europa é a infraestrutura mais poluente do país; destina-se a uma indústria que é uma das bases do sistema fóssil globalizado e o pináculo da injustiça climática, servindo acima de tudo os mais ricos a nível global, e sendo um espelho da turistificação que tem tornado a cidade inabitável. A sua expansão com vista a duplicar a número de passageiros que desembarcam em Lisboa tem sido uma das jóias da coroa de sucessivos Governos. Políticos que se pintam de verde, mas que lideram a corrida à expansão aeroportuária, são eles mesmo executores dos ataques em curso contra a vida de todas as pessoas.

Um outro mundo é possível. De modo a evitar os piores efeitos do colapso climático, precisamos de reduzir drasticamente o volume de voos nos próximos 5 anos, garantindo o decrescimento da aviação comercial, militar e de mercadorias. Voos de muito curta distância, como Lisboa-Porto, e jatos privados, não têm lugar no mundo em que vivemos: são voos supérfluos que podem ser eliminados de hoje para amanhã. A par disso, devemos imaginar e construir um mundo livre de fósseis e de aviões, desenvolvendo soluções de mobilidade limpas e justas como a ferrovia e transportes públicoseletrificados e gratuitos para todas as pessoas, e construindo uma sociedade mais enraizada na terra e com mais tempo livre, para podermos deslocar-nos de forma mais lenta.

Os aeroportos são armas de guerraapontadas ao presente e ao futuro de toda a gente. Mas a sua expansão e a manutenção dos voos que nos matam não são inevitabilidades: o passado diz-nos que é possível, pelo poder e união das pessoas, fazer frente a forças aparentemente intocáveis e alterar o curso da história. No dia 1 de Junho, precisamos de ti e de todos os teus amigos e família para juntos dizermos “Não” a novos projetos emissores e delinearmos o rumo necessário para parar aviões e estabelecer transportes públicos eletrificados, gratuitos e acessíveis para todos. Vem connosco de transportes públicos da Alameda, em direção ao Aeroporto, onde de forma pacífica e criativa iremos sentar-nos para perturbar o horário de pico dos voos,quebrando a ideia de que o sistema fóssil é intocável.

Sem ti, não podemos salvaguardar o nosso presente e futuro e construir um mundo diferente. Só conseguiremos interromper o funcionamento normal do aeroporto se muitas pessoas se juntarem, inclusive tu. Essa é a única coisa que conseguimos garantir: sozinhas não vamos conseguir, só juntas. Quando as pessoas comuns se unem em solidariedade e coragem, conseguem fazer grandes mudanças. Hoje, é a nossa vez de fazer história. Vem demonstrar a tua força!