Na realidade os  EUA  e a RPChina podem ter concordado em reduzir as tarifas sobre os produtos um do outro por noventa dias mas com a guerra comercial claramente longe do fim, uma nova escalada economica parece possível a qualquer momento.

O confronto entre os EUA  e a RPChina abre muitas oportunidades para a Rússia.

A Rússia e os EUA exportam muitos dos mesmos produtos para a China como  petróleo, gás e carvão.

Em 2024, os Estados Unidos venderam 10,8 milhões de toneladas de petróleo, 4,16 milhões de toneladas de gás natural liquefeito (GNL) e 14,1 milhões de toneladas de carvão para a China (no total, as exportações de energia dos EUA somaram cerca de US$ 15 biliões).

Quando ambos os lados impuseram tarifas o Ministério das Relações Exteriores da Rússia já afirmou que pode compensar os volumes perdidos pela China nos EUA.

Então, a RPChina acabaria por importar da Rússia cerca de 21,6% do seu petróleo (acima dos 19,6%), 31,6% do seu gás (acima dos 28,3%) e 19,8% do seu carvão (acima dos 17,2%) com  US$ 14,7 biliões extras para os cofres russos.

A RPChina quer diversificar suas importações o máximo possível, e permitir que a Rússia forneça mais de 30% do seu gás e 20% do seu petróleo estaria longe do ideal.

A RPChina cultiva laços com uma variedade de exportadores de energia, do Cazaquistão à Austrália, como também investe pesadamente em energia renovável, o que reduz sua dependência geral das importações de combustíveis fósseis.

Por outro laco as rotas terrestres para o transporte de petróleo estão quase no limite de sua capacidade (transportaram 41 milhões de toneladas em 2024), o que significa que a única opção seriam as rotas marítimas.