A letra da canção transporta-nos inicialmente para um passado recente, marcado pela opressão e pelo silêncio ensurdecedor, onde a expressão do descontentamento era abafada e a esperança parecia uma miragem no vasto deserto do desalento. "Ontem apenas fomos a voz sufocada de um povo a dizer: 'Não quero'", entoa Ermelinda Duarte, evocando a memória de um tempo em que a liberdade era uma noção vazia de significado para muitos.
No entanto, a canção rapidamente se transforma num clamor de esperança e resiliência, simbolizado por figuras poderosas da natureza, como a gaivota, que com "Asas de vento, coração de mar", personifica a liberdade indomável do espírito humano. A papoila, com o seu "Grito vermelho, num campo qualquer", representa igualmente a força e a beleza que emergem mesmo nas condições mais adversas.
Nas suas repetições finais, "Somos livres, somos livres, não voltaremos atrás", a canção eleva-se a um hino de perseverança e certeza de que, uma vez conquistada, a liberdade não será mais abandonada. Através desta composição, Ermelinda Duarte não só narra a história de uma luta pela liberdade, mas também nos recorda da responsabilidade coletiva de preservar e valorizar essa liberdade diariamente.
"Nada é mais poderoso do que uma ideia cuja hora chegou", proferiu Victor Hugo. "Somos Livres”, mais do que uma simples canção, é a manifestação dessa verdade, um lembrete perene de que a luta pela liberdade é perene e essencialmente vitoriosa.
Este hino ultrapassa gerações, inspirando-nos a voar, a crescer e a expressar livremente quem somos.
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Clip de Rosa Justino Brito
Foto de destaque: IA; A imagem criada ilustra vividamente os temas de esperança, resiliência e liberdade que permeiam a canção "Somos Livres" de Ermelinda Duarte. Espero que capture a essência do que pretendia para o seu artigo.