Cláudia Sil, da Blue ZC, adianta que, “como essas informações eram desconhecidas, também não se tomaram medidas para minimizar o impacto deste tipo de obra”.
O novo porto de recreio de Faro irá fazer a dragagem em sete hectares da Ria Formosa e os ambientalistas consideram que além de pôr em causa a existência de muita fauna, com a destruição das pradarias marinhas, irá colocar-se em causa um berçário de muitas espécies.
Argumentam que irá assistir-se à libertação de “centenas de toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera, equivalentes a 200 ha de floresta ardida”, bem como à “perda da capacidade de sequestro de 37 toneladas de dióxido de carbono por ano”.
Os ambientalistas recordam que há muito tempo que chamam a atenção para estas questões, nomeadamente quando um conjunto alargado de associações de proteção ambiental lançaram a petição “pela defesa das pradarias marinhas da Ria Formosa”, sem que tenham sido ouvidos pelas autoridades.
Consideram também que não se compreende o afastamento do local que chegou a ser sugerido para a colocação do porto de recreio, e onde se situa o porto comercial de Faro, que se encontra praticamente desativado.
Contactada pela TSF a CCDR do Algarve garante que não foi notificada da existência da providência cautelar pelo tribunal e que, quando o fôr analisará os argumentos dos ambientalistas.
A Câmara Municipal de Faro também alega desconhecer a iniciativa, mas afirma-se ”tranquila” perante a situação.
O presidente da câmara municipal afirma que tem trabalhado com a CCDR e com o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e assegura estar a “fazer tudo para garantir que não haja efeitos no ecossistema”.
Para Rogério Bacalhau para minimizar os impactos, vão transferir pradarias marinhas, tal como fizeram com a ponte da Praia de Faro que está ainda a ser construida.
Rogério Bacalhau lembra que naquela zona onde será construído o Porto, nesta altura os barcos e motas de água atracam na Ria Formosa completamente desordenados.
”O que estamos a fazer é essa reorganização e a preservação da Ria Formosa”, conclui.