E assim, o. PSD pediu este sábado um debate parlamentar de urgência para quarta-feira, 11.10, com o ministro da Saúde, pois o Governo estará em ""silêncio absoluto"" perante os riscos para a ""segurança dos doentes"" dada a situação no SNS.

À TSF, Joaquim Miranda Sarmento, o líder da bancada parlamentar social-democrata, justificou esta decisão com a degradação da situação no SNS.

""Nesta última semana agravou-se de uma maneira absolutamente à beira do colapso. Quando ontem nós vimos o diretor da urgência de Santa Maria, o maior hospital do país, a pedir às pessoas para não irem às urgências e que só atende quem vier referenciado em ambulância mostra que o sistema está à beira da falência, que podemos ter uma situação muito, muito grave”

O PSD quer este debate na quarta-feira, com a presença do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, sendo o tema proposto ""os riscos que a incapacidade do Governo em valorizar os profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a comportar para a qualidade dos cuidados de saúde e a segurança dos doentes servidos pelo sistema público de saúde"".

Os sociais-democratas referiram que a situação de ""iminente rutura"" que se vivia no SNS se agravou nos últimos dias perante a decisão de ""milhares de médicos"" de não fazerem mais de 150 horas anuais extraordinárias, o que ""colocou grande parte dos hospitais numa situação de gravíssimos constrangimentos"".

""O país não pode esperar mais pela tranquilização das pessoas na área da saúde. Este clima não dá resposta a quem precisa do SNS e assusta as famílias que antecipam ter de recorrer aos serviços de saúde"", pode ler-se ainda no requerimento assinado pelo líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento.

Segundo o PSD, para lá dos ""oito anos de incompetência e orgulho ideológico"" da governação do PS, os portugueses ""querem é saber se o Governo tem soluções, estratégia de e com futuro e não números meramente mediáticos"".

De acordo com o Regimento da Assembleia da República, em cada quinzena pode realizar-se um debate de urgência a requerimento potestativo de um grupo parlamentar, que decorre ""imediatamente a seguir ao expediente, sem prejuízo da existência de declarações políticas dos partidos que pretendam exercer esse direito"".

Segundo a agenda parlamentar, o próximo plenário realiza-se na quarta-feira e tem na agenda declarações políticas.

Hoje mesmo, questionado sobre a situação do SNS, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que o ministro da Saúde vai ter na próxima semana reuniões com os sindicatos do setor.

Nas últimas semanas, alguns hospitais do país estão a enfrentar dificuldades em garantir escalas completas das equipas, sobretudo para os serviços de urgência, uma vez que vários médicos estão a recusar-se fazer mais do que as 150 horas extraordinárias anuais previstas na lei.

Num levantamento feito esta semana sobre a entrega de minutas de recusa de horas extraordinárias, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) salientou que a situação está a provocar encerramentos e constrangimentos nos serviços de urgências, mas também nas escalas de outros serviços hospitalares.

Segundo a FNAM, cerca de 2.000 médicos já se recusaram fazer mais horas extras do que as legalmente previstas.


Para informação de todas e todos existem em Portugal 57.198 médicos 5,6 médicos por mil habitantes enquanto que na Espanha aqui ao lado existem 194.000 médicos, cerca de 4,07 médicos por 1000 habitantes sendo que no que respeita à recusa em fazer horas extraordinárias temos 2000 médicos, 3,5% do total !


Entretanto, para 2020, os médicos especialistas em Portugal receberam em média €42.221 e os mesmos profissionais em Espanha (€79,5 mil), em Itália (€81,5 mil) e em França (€83,9 mil) receberam o dobro dos colegas portugueses; na Finlândia (€116,2 mil), na Bélgica (€116,7 mil) e na Alemanha (€146,2 mil) receberam aproximadamente três vezes o salário pago em Portugal; nos Países Baixos (€160,9 mil) e na Irlanda (€172,9 mil) o valor recebido foi quatro vezes o português.


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Joffre Justino

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