As partes estão a finalizar a comunicação conjunta que oficializa o acordo alcançado no passado domingo, e Olof Gill adiantou: "Estamos a tirar o melhor partido de uma situação difícil e estamos determinados a fazer com que este acordo funcione".
A UE, no domingo, chegou a acordo com os Estados Unidos para amenizar as tensões comerciais iniciadas em março, e reconhece que este é um fraco acordo ou o acordo possível e não o melhor.
Este acordo de traição fixa em 15% as tarifas aduaneiras estadunidenses sobre os produtos europeus, ao que acresce o compromisso da UE na compra de energia estadunidense no valor de 750 mil milhões de dólares (cerca de 642 mil milhões de euros), o investimento de 600 mil milhões adicionais (514 mil milhões de euros) e um aumento das aquisições de material militar aos EUA claro.
Os PPE’s de serviço no parlamento europeu em Bruxelas e Estrasburgo viram este acordo como as "tarifas mais baixas possíveis" e uma "oportunidade para estabilizar as relações transatlânticas", dado que UE e Estados Unidos são os maiores parceiros comerciais do mundo, e que agora se vivera uma mudança na estrategia relacional.
Claro que não haverá uma tarifa semelhante por parte da UE, até porque a argumentação estadunidense incide sobre o défice comercial dos Estados Unidos face à UE.
O acordo ainda é preliminar e não totalmente oficial, com detalhes pendentes.
Previsto está que, para já, a UE não suspenda as contramedidas que tinha preparado para o caso de não se chegar a um acordo com os Estados Unidos, enquanto se aguarda a publicação oficial e para ja entregando-se a sra Leyen ja disse que o acordo irá "reequilibrar, e possibilitar o comércio para ambos os lados".
Os acordos ja feitos pelo trumpismo
Na terça-feira , 22.07, o presidente dos Estados Unidos comunicou um acordo com o Japão para reduzir a alíquota tarifária de 25%, imposta no começo de julho, para 15%.
Em contrapartida, o país asiático se compromete a investir US$ 550 bilhões nos EUA, além de abrir seu mercado a produtos agrícolas e automotivos estadunidenses .
Mas o aço e o alumínio japonês foram excluídos do documento e permanecem com a tarifa anterior, de 25%.
A divulgação ocorreu em publicação em sua rede, a Truth Social.
Indonésia
Também na terça-feira, os EUA confirmaram um acordo comercial com a Indonésia que prevê a "eliminação de 99% das barreiras tarifárias do país asiático para produtos americanos", enquanto os EUA vão reduzir a tarifa de 32% para 19% para os produtos do país entrarem no mercado americano.
A Indonésia também se comprometeu a comprar cerca de US$ 15 biliões em produtos dos EUA nos próximos dois anos e eliminar algumas barreiras técnicas e sanitárias que limitavam a entrada de produtos americanos.
O acordo firmado entre os governo estadunidense e as Filipinas determina que produtos oriundos do país do sudeste asiático sejam taxados em 19%, o que está abaixo da média de 25% a 50% que foi imposta a países sem acordo.
Por outro lado, produtos estadunidenses exportados às Filipinas terão isenção total de tarifa e os dois países reforçaram um compromisso de cooperação militar.
O governo dos EUA determinou uma tarifa de 20% sobre produtos vietnamitas importados, abaixo dos 46% anunciados anteriormente, e uma taxa de 40% aos produtos que passam pelo Vietnam mas são originários de outros países.
Além disso, o Vietnam concederá aos EUA acesso total aos seus mercados comerciais e não vai taxar importação de produtos americanos.
O primeiro acordo tarifário do segundo mandato de Trump foi com o Reino Unido. Anunciado em 8 de maio, ele determina uma taxação base de 10% dos EUA sobre produtos britânicos e uma isenção total de tarifas para componentes e produtos aeroespaciais britânicos dentro da cota acordada.
Em troca, a Grã-Bretanha reduziu a tarifa média sobre bens americanos de 5,1% para cerca de 1,8% e existirá simplificação aduaneira para as exportações americanas.
Trégua com a China
Os Estados Unidos e a China firmaram uma trégua tarifária, que deve ser prorrogada por mais 90 dias. A trégua foi firmada depois que Trump anunciou o aumento das tarifas de produtos chineses para um mínimo de 145%, o que paralisou parte do comércio entre os países.
A expectativa é que os países voltem a se reunir na próxima semana.
Durante a trégua, Washington impôs uma tarifa-base contra os produtos chineses em 30%, no lugar dos 145%. Já o país asiático colocou taxas de 10% sobre os produtos americanos até novo acordo ser fechado.
O presidente Trump disse que a maioria dos acordos, "se não todos", será concluída até agosto.
No início de julho, a Bloomberg noticiou que os Estados Unidos trabalhavam num acordo com a Índia que pode reduzir as tarifas propostas para menos de 20%. Em contrapartida, a Índia reduziria tarifas sobre produtos agrícolas oriundos dos EUA.
O gabinete presidencial da Coreia do Sul disse que entregará um pacote comercial "mutuamente aceitável" na próxima semana. Segundo o anúncio, a proposta incluirá uma cooperação na construção naval e uma tentativa na redução das tarifas de 25% que o país enfrenta atualmente.
Alinhada ideologicamente com os EUA, a Argentina ainda não formalizou um acordo, mas tenta reverter a imposição de tarifas sobre importação siderúrgica do país. Segundo o jornal Clarin, o governo argentino trabalha com a expectativa de ter tarifa zero sobre 80% do comércio bilateral.
O ministro de comércio da Malásia, Anwar Ibrahim, afirmou que está em negociações para reduzir as tarifas para abaixo de 20%.
Atualmente, uma delegação comercial do Taiwan está em Washington para tentar um acordo tarifário.
O Bangladesh encomendou 25 aviões da Boeing como um esforço para acalmar as tensões comerciais e evitar um aumento de 35% nas tarifas.
Na quinta-feira. 24.08, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, revelou ter conversado com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.
Alckmin disse que uma das propostas passa por dobrar a relação bilateral com os EUA nos próximos cinco anos.
Empresários bolsonaristas espalham a possibilidade do Brasil retaliar os Estados Unidos adotando sobretarifas aos produtos americanos.
A expectativa do setor é que as negociações sejam feitas com cautela e que o governo consiga pelo menos um adiamento das tarifas para depois do 1º de agosto.
Este cenário, no entanto, perdeu força neste domingo, quando Trump repetiu que não haveria novas negociações com outros países até o início do próximo mês.
Entretanto especialistas em relações internacionais indicam que o acordo entre Estados Unidos e União Europeia pode dificultar as negociações entre Mercosul e o bloco europeu.
Há a possibilidade de que este acordo seja relegado a segundo plano na lista de prioridades da UE, reduzindo a urgência para sua conclusão até o final do ano.
O Brasil pode perder poder de negociação tanto com os Estados Unidos quanto com a União Europeia.
Alguns produtos brasileiros podem ser substituídos por alternativas europeias com tarifas menores, diminuindo assim a dependência do mercado americano em relação aos produtos brasileiros.
Entretanto o que fica definitivamente visivel é que a par e passo o capitalismo liberal é fe novo substituido por um capitalismo de estado muito afim ao modelo salazarento