Na semana passada, o governo talibã aprovou um conjunto de novas leis sob o pretexto de “promover a virtude e eliminar o vício”, segundo o próprio Ministério da Moralidade. Esta entidade, oficialmente denominada Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, é a mesma que agora impõe restrições aterradoras, como a proibição das mulheres falarem alto em público ou mostrarem o rosto fora de casa. Tais medidas foram prontamente ratificadas pelo líder supremo do país, Haibatullah Akhundzada, e fazem parte de um plano que a ONU já classificou como “preocupante” para o futuro do Afeganistão.
“Este é um retrocesso desolador para os direitos das mulheres e um sinal alarmante de um futuro marcado pela opressão”, afirmou um alto funcionário das Nações Unidas. As palavras são fortes, mas não menos trágicas que a realidade no terreno.
No entanto, enquanto o ocidente desvia o olhar, absorvido pelo conflito eslavo que domina os noticiários, o grito de Hassani e de tantas outras mulheres afegãs parece ecoar no vazio. Este abandono, este desinteresse por uma nação cujas mulheres são sistematicamente silenciadas, representa não apenas uma falha moral, mas uma negação dos valores universais que deveriam unir as nações em defesa da dignidade humana.
Shamsia Hassani continua a sua luta, uma batalha silenciosa, mas que reverbera em cada uma das suas obras. Ela é a voz de milhões de mulheres afegãs que, apesar das tentativas de apagamento, ainda resistem, ainda vivem. E talvez, através da arte, a humanidade possa finalmente abrir os olhos e ouvir o seu grito.
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A história de Shamsia Hassani e das mulheres afegãs é um lembrete pungente da necessidade de um jornalismo que não apenas informe, mas que lute ao lado dos oprimidos.
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