Os resultados deste estudo foi apresentado num artigo publicado na revista Cell Reports Sustainability.
Mas o RBU é muito dispendioso.
No entanto, de acordo com os autores do estudo, poderiam ser as empresas que poluem o ambiente a pagar por ele, uma vez que a tributação das emissões de carbono poderia gerar cerca de 2,1 biliões de euros por ano — algo como 175 mil milhões de euros por mês.
O valor, se correto, é astronómico, mas num cálculo rápido feito pelo ZAP, não seria suficiente para nos tornar a todos — mesmo todos — os habitantes do planeta felizes, pois daria cerca de 22 euros por mês cada um dos 8 mil milhões de humanos vivos.
Imaginando que nem todos os habitantes da Terra precisariam de RBU, os 2,1 biliões de euros seriam suficientes para que 200 milhões de pessoas tivessem um rendimento mensal de 875 euros.
Ainda assim, um conceito interessante.
Na verdade os danos ambientais e a pobreza representam riscos enormes para a sociedade”, afirma o economista Ussif Rashid Sumaila, investigador da Universidade da Colúmbia Britânica e primeiro autor do estudo, citado pelo Science Alert.
“Ao exigir que os grandes poluidores paguem para limpar a sua própria sujidade, ou seja, o princípio do poluidor-pagador, temos uma abordagem criativa para resolver ambas as questões”, explica o economista.
Sumaila e os colegas analisaram dados de 186 países diferentes, combinando modelos com uma análise de factores económicos como a propensão marginal para consumir — a probabilidade de as pessoas gastarem o seu rendimento extra disponível.
De acordo com os cálculos da equipa, custaria cerca de 38 biliões de euros dar um rendimento básico a todos os 7,7 mil milhões de pessoas do planeta (que são já, na realidade, 8 mil milhões), ou cerca de 415 mil milhões de euros para ajudar apenas os 9,9 milhões abaixo do limiar de pobreza nos países em desenvolvimento.
O RUB conduziria, por outro lado, a um aumento do PIB global de 152 biliões de euros, ou seja, 130%, estimam os investigadores.
Por outras palavras, cada euro gasto no RBI permitiria gerar até sete euros de impacto económico, uma vez que esse dinheiro é gasto em alimentos, rendas e outros bens.
“As nossas conclusões revelam uma relação positiva entre o impacto económico e o custo da implementação do RBU em todos os cenários analisados”, afirmam Sumaila e a sua equipa.
O imposto ambiental encorajaria políticas mais ecológicas, sugere a equipa, embora, para ser sustentável a longo prazo, tivesse de passar a ter outras fontes de financiamento.
Com efeito, parece evidente que taxar as emissões de carbono ou gera a receita esperada para o RBU… ou faz diminuir essas emissões.
Joffre Justino