Não podemos esquecer os trágicos precedentes da desregulamentação dos serviços de navegação aérea noutros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o enfraquecimento dos regulamentos de controlo de tráfego aéreo contribuiu para falhas que, somadas a lacunas na segurança, culminaram na tragédia do 11 de Setembro. Este evento doloroso, que custou a vida a cerca de três mil pessoas e deixou mais de seis mil feridas, é uma advertência do que está em jogo quando a segurança do espaço aéreo não é tratada com a devida seriedade.
A NAV Portugal opera a partir de dois centros principais de controlo. Em Lisboa, junto ao aeroporto Humberto Delgado, localiza-se o Centro de Controlo de Tráfego Aéreo, responsável pela monitorização dos aeroportos continentais, nomeadamente Lisboa, Porto, Faro e Cascais. Nos Açores, o Centro de Controlo Oceânico de Santa Maria é uma peça-chave na coordenação dos fluxos de tráfego aéreo transatlântico, cobrindo uma área essencial para voos entre a Europa, as Américas e o norte de África.
Ao assegurar serviços de tráfego aéreo nos principais aeroportos, como Lisboa, Porto, Faro, Funchal, e Porto Santo, além de vários aeroportos nos Açores, a NAV cumpre um papel essencial, mas silencioso, na manutenção da segurança e ordem nos céus portugueses. Contudo, os desafios para a entidade não se limitam ao aspeto operacional. A NAV enfrenta pressões crescentes para que o serviço seja eficiente, mesmo num contexto onde as limitações orçamentais e de recursos humanos são uma constante.
A experiência de outras nações revela que a desregulamentação pode reduzir a qualidade dos serviços, provocar cortes orçamentais e limitar a capacidade de resposta a emergências. Em última análise, o compromisso com a segurança é o que distingue a NAV de uma simples entidade comercial. Como demonstrado historicamente, a gestão pública no setor da aviação desempenha um papel vital na prevenção de tragédias e na preservação da segurança dos passageiros e cidadãos.
Assim, a NAV Portugal não é apenas uma empresa, mas um pilar essencial para a segurança e o bem-estar do país. É, portanto, um dever coletivo garantir que continue a operar com os recursos, a estabilidade e o apoio necessários para enfrentar os desafios futuros.
Oiçamos o eurodeputado comunista João Oliveira e nada como protestar em defesa da segurança e da NAV!