A Rússia anunciou este domingo, 11 de maio, uma proposta formal para retomar as negociações de paz com a Ucrânia, interrompidas desde o final de 2022.

Vladimir Putin declarou, a partir do Kremlin, que Moscovo está disposta a iniciar um novo ciclo de conversações diretas, sem pré-condições, já no próximo dia 15 de maio, em Istambul.

"Propomos que as negociações se iniciem na próxima quinta-feira. A Rússia está pronta para conversar sem imposições. O nosso objetivo é abordar as causas profundas do conflito", afirmou Putin, acrescentando que deverá contactar em breve o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para discutir os detalhes logísticos do encontro.

A iniciativa russa surge poucas horas depois de uma declaração conjunta de líderes da Ucrânia, França, Alemanha, Polónia e Reino Unido, que apelaram a um cessar-fogo incondicional de 30 dias. A resposta de Putin, embora aberta à ideia de uma trégua, sublinhou que tal passo deveria estar inserido num processo de negociações mais amplas.

“Um novo cessar-fogo só será sustentável se for mutuamente respeitado e acompanhado por discussões sérias. Só assim poderá ser dado um primeiro passo sólido para uma paz duradoura”, reforçou o líder russo.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, corroborou a posição presidencial, afirmando que “esta é uma proposta muito séria” e representa uma “demonstração clara da intenção de alcançar uma solução pacífica”.

Apesar da abertura declarada, Putin não poupou críticas à postura das potências europeias, acusando-as de tratar a Rússia "com rudeza e ultimatos", o que, segundo o Kremlin, dificulta um diálogo construtivo.

A proposta russa será agora analisada pelas autoridades ucranianas e pelos mediadores internacionais. A comunidade internacional observa com atenção este novo movimento diplomático, que poderá assinalar uma reviravolta no conflito eslavo que já dura há mais de três anos.

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