Ha pois um "aumento astronómico" na riqueza privada entre 1995 e 2023, com um crescimento de 342 biliões de dólares (296,4 biliões de euros), oito vezes maior que o da riqueza pública.
O documento acusa os governos ricos de estarem a fazer os maiores cortes na ajuda ao desenvolvimento, "algo essencial para a sobrevivência", desde que os registos de ajuda começaram em 1960.
"A riqueza de apenas três mil multimilionários aumentou 6,5 biliões de dólares [5,63 biliões de euros] em termos reais desde 2015 e representa agora o equivalente a 14,6% do PIB mundial", afirmou a ONG.
Imaginem quando conseguirem concretizar os 5.% do Pib na defesa dos paises ricos da Nato…!
Só os países do G7 (grupo dos sete países mais desenvolvidos do mundo), que representam cerca de três quartos de toda a ajuda oficial, estão a reduzi-la em 28% até 2026, em comparação com 2024.
Ao mesmo tempo, a crise da dívida "está a levar à falência os países pobres, que estão a pagar muito mais aos seus credores ricos do que podem gastar em salas de aula ou hospitais".
O relatório também examina o papel dos credores privados, que "representam mais de metade da dívida dos países de baixo e médio rendimento, exacerbando a crise da dívida com a sua recusa em negociar e as suas condições punitivas".
"Os países ricos colocaram Wall Street no comando do desenvolvimento global. Trata-se de uma tomada de controlo global das finanças privadas que ultrapassou as estratégias com base empírica, para combater a pobreza através do investimento público e de uma tributação justa", afirmou o diretor-geral da Oxfam, Amitabh Behar.
A Oxfam apelou aos governos para que subscrevam as propostas políticas "que propõem uma mudança radical, combatendo a desigualdade extrema e transformando o sistema de financiamento do desenvolvimento".
Estas propostas incluem o desenvolvimento de novas parcerias estratégicas contra a desigualdade, a rejeição do financiamento privado como uma "solução milagrosa" para o desenvolvimento, a tributação dos ultraricos e a reforma da arquitetura da dívida, bem como a revitalização da ajuda.
"É tempo de rejeitar o consenso de Wall Street e, em vez disso, dar o controlo aos cidadãos. Os governos devem atender às exigências generalizadas de tributar os ricos e acompanhá-las com uma visão de construção de bens públicos, desde os cuidados de saúde à energia", acrescentou Behar.
A investigação foi elaborada pela empresa de estudos de mercado Dynata, entre maio e junho, no Brasil, Canadá, França, Alemanha, Quénia, Itália, Índia, México, Filipinas, África do Sul, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.
Em conjunto, estes países representam cerca de metade da população mundial, segundo a Oxfam.
E nao vamos querer referendar esta opçao da Nato e do sr Trump?