Europa e EUA em Confronto: A Globalização e a Interdependência Económica Redesenham o Tabuleiro Geopolítico enquanto a China Observa com Satisfação

“Estávamos a ouvir atentamente essas palavras e, claro, estamos a preparar-nos do nosso lado. Mas o que está claro é que não há vencedores em guerras comerciais. Se a União Europeia e os Estados Unidos iniciarem uma guerra comercial, quem estará a rir à parte será a China”, afirmou Kaja Kallas, alertando para os perigos deste confronto económico.

É irónico pensar numa perspetiva tão limitada, como se não existissem cerca de 200 países no mundo com os quais estabelecer parcerias comerciais. Esta visão míope do mercado ignora a essência da globalização, onde a colaboração entre nações é a chave para a prosperidade.

Para Kallas, a introdução de tarifas adicionais sobre produtos europeus pelos EUA resultaria num aumento generalizado dos preços e em outras consequências económicas negativas, afetando ambos os lados.

"Estamos profundamente interligados. Precisamos da América, e a América também precisa de nós", reforçou, sublinhando a importância das relações económicas transatlânticas.

No dia 2 de fevereiro, o presidente Donald Trump anunciou a intenção de aplicar novas taxas alfandegárias sobre as importações provenientes da União Europeia, uma medida que, segundo ele, será implementada "muito em breve". Trump lamentou ainda que os países europeus não estejam a comprar produtos da indústria automóvel e da agricultura dos EUA, justificando assim a sua posição protecionista.

O alerta de Kallas deixa uma reflexão importante: num mundo tão conectado, onde as cadeias de valor atravessam continentes, conflitos comerciais podem criar efeitos dominó que comprometem o crescimento global. Enquanto os gigantes económicos se enfrentam, a China, sempre estratégica, pode emergir como a grande beneficiária da desunião entre as potências ocidentais.