E ate um ex lider parlamentar do PSD empurra a Região Autónoma da Madeira para novas antecipadas

À Lusa, o ex lider parlamentar do PSD, Guilherme Silva, assumiu que a não aprovação do programa de governo apresentado na Assembleia Legislativa Regional sob a forma de uma moção de confiança, resultará na queda do executivo liderado por Miguel Albuquerque, que tomou posse em 06 de junho.

Se esse cenário ocorrer, o representante da República para a região, o sr Ireneu Barreto, terá de voltar a ouvir os partidos com representação parlamentar para encontrar uma situação de governo que seja viável.

"Teria de haver a indicação de uma nova figura ou a reapresentação, eventualmente - se fosse entendido e se o dr. Miguel Albuquerque entendesse que tinha condições para reapresentar um Programa do Governo que fosse viabilizável, podia essa situação ocorrer", explicou Guilherme Silva.

Uma nova figura para chefia o executivo poderia ser do PSD, o partido que venceu as eleições regionais de 26 de maio, ou de outro partido que apresentasse uma solução viável.

"E, se nada disto acontecer, não for viável a formação de governo, seja de que forma for, o que acontecerá é continuarmos na situação de o governo ficar em gestão até que haja o período constitucional, de seis meses, para serem convocadas novas eleições", referiu Guilherme Silva.

Guilherme Silva, que já foi líder parlamentar do PSD na Assembleia da República entre 2002 e 2005, analisou as posições dos partidos, "o Chega, o partido relativamente ao qual se criou um quadro de expectativa de viabilização do Governo Regional, vem tomando a posição de que não terá uma atitude de aprovação" de um executivo presidido por Miguel Albuquerque, “…com Albuquerque não, o que parece significar que, se o PSD indicar outra personalidade, o Chega estará disponível para viabilizar o Programa do Governo. Nesse caso, não havendo outra alternativa mais viável, a atitude tendencial do representante da República será dar oportunidade a uma formação de governo que tem sempre por base o partido mais votado, que é o PSD", acrescentou.

Se o Chega dissesse que não viabilizava um executivo liderado pelo PSD, "isso significava que o quadro que se apresentaria ao representante da República seria eventualmente encontrar uma solução sucedânea no quadro de outros partidos".

O PS e o Chega já anunciaram que irão votar contra o documento e, visto que o PSD não tem maioria no parlamento madeirense, se o JPP também se juntar ao voto contra, o Programa do Governo será chumbado num debate a acontecer nos dias 18, 19 e 20 de junho, no parlamento madeirense.

Joffre Justino