O objetivo é clarificar as intenções do Governo perante as mudanças que entende fazer  no sistema de Segurança Social.

Ao presidente da comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, Eurico Brilhante Dias, do Grupo Parlamentar do PS em requerimento, justifica o pedido de audição da ministra Maria do Rosário Palma Ramalho com a  “…série de dúvidas" lançadas pelo Governo nos últimos dias quanto  ao futuro do Segurança Social que "causam alarmismo e lançam desconfiança sobre o sistema".

O  governo"tem deixado mensagens pouco claras quanto ao que projeta fazer, mas suficientemente fortes para gerarem uma situação de alarme entre trabalhadores e pensionistas".

Os socialistas por isso referem  as posições da ministra do Trabalho sobre a possibilidade de se "avaliar o regime de reformas antecipadas, avançar com um estudo tendente à revisão atuarial da TSU, avaliar o sistema em conjunto com a Caixa Geral de Aposentações (...) ou estudar soluções de sistemas complementares, incluindo capitalização individual”.

A bancada socialista lembra que o economista Jorge Bravo, escolhido para liderar o grupo de trabalho sobre a sustentabilidade da Segurança Social, "colaborou como perito na auditoria do Tribunal de Contas que lança um conjunto de dúvidas quanto à sustentabilidade da Segurança Social".

O PS questiona o Governo sobre se pretende "abrir caminho a uma reforma da Segurança Social pouco esclarecida, ou até rumo à privatização do sistema" e denunciando  uma possivel opacidade do governo sobre esta matéria no espaço público, que obriga a "respostas mais elucidativas quanto ao futuro deste que é um direito constitucionalmente protegido".

Ja o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, tinha acusado o Governo de ter como "verdadeira agenda para as pensões" o corte de direitos adquiridos, recusando compactuar com a limitação às reformas antecipadas.

O pedido dos socialistas para ouvir Maria do Rosário Palma Ramalho no parlamento junta-se ao do Bloco Esquerda e do PCP, anunciados também esta tarde enquanto que a ministra do Trabalho em discurdo inconclusivo se limita a dizer que  o Governo não vai tocar em "nenhum direito adquirido" quanto às reformas, remetendo para as conclusões do grupo de trabalho agora lançado qualquer eventual mudança nas reformas antecipadas.

Na verdade a ministra perante um possivel travão às reformas antecipadas limitou-se a garantir que "não vai haver cortes, nem vai haver nenhum prejuízo dos direitos adquiridos dos pensionistas" e face às insistências  dos jornalistas se esse travão se pode vir a aplicar no futuro, Rosário Palma Ramalho respondeu: "Para o futuro, ver-se-á o que é que vai acontecer, mas tudo depende das conclusões do Grupo Trabalho".