Alexandra Leitão afirma que o PS não abdica de ter uma palavra a dizer na estrutura do documento, se o Governo estiver disposto a negociar.

Caso contrário, o voto contra está garantido.

Em Belmonte, terra de Pedro Álvares Cabral, e com vista para a Serra da Estrela, o PS está de olhos no Orçamento do Estado com as suas jornadas parlamentares, em Castelo Branco, acontecem antes do Estado da Nação, mas o Orçamento já entra na conversa.

E o IRC “não dá bons sinais para novembro”, altura em que o documento será discutido na Assembleia da República, já que foi anunciada “sem nenhuma negociação com o PS, “Demonstra bem o que tem sido a postura do Governo.”

O PS é contra a descida do imposto sobre as empresas, já que “é uma medida injusta”, diz a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, que nota ainda que tem um efeito pouco significativo.

“Vai-se perder mais de 1500 milhões de euros de receita fiscal, numa medida que não tem esse impacto todo. Cerca de 40% das empresas não pagam IRC. Portanto, essas empresas não têm nenhuma vantagem”, acrescentou.

A descida do IRC só beneficia as grandes empresas, um novo alerta de Alexandra Leitão, e o PS não abdica de ter uma palavra no Orçamento do Estado. Caso contrário, o voto contra é garantido.

“Naturalmente que o PS como maior partido da oposição não vai prescindir, se for para o viabilizar, de ter uma palavra significativa nas políticas que o Orçamento consagra. Se a margem negocial vier totalmente fechada por medidas com as quais discordamos, como a descida do IRC ou o dito IRS jovem, torna-se mais difícil”, avisa.

O PS “cá estará para ver”, embora admita “trabalhar e negociar”, rejeitando tratar-se de “um fator de instabilidade”.

Alexandra Leitão alinhada no discurso com Pedro Nuno Santos, atira a bola para o lado do Governo.

Joffre Justino 

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Foto de destaque: IA;