A Galiza, terra de raízes celtas e paisagens protegidas, levanta a sua voz contra a instalação de uma fábrica de celulose portuguesa em território galego.

Este grito de protesto não surge apenas de uma indignação regional, mas sim de uma causa global que transcende fronteiras: a luta pela preservação ambiental num mundo onde a natureza não reconhece limites geopolíticos.

A questão é particularmente sensível, pois trata-se de uma região que integra a Rede Ecológica Europeia, um conjunto de territórios reconhecidos pelo seu valor natural e pela sua importância para a biodiversidade. A instalação de uma indústria com potenciais impactos negativos sobre o meio ambiente levanta preocupações não só para os habitantes locais, mas para todos aqueles que compreendem que o equilíbrio dos ecossistemas é vital para a sobrevivência das futuras gerações.

A ecologista galega, consciente de que Ar, Água e Solos não se restringem a divisões políticas, apela diretamente à Comissária espanhola Teresa Ribera. Este pedido reflete a importância crescente do papel da União Europeia, que não deve ser vista apenas como uma fonte de financiamento para projetos económicos, mas também como um organismo que tem o dever de impedir iniciativas que possam causar danos irreversíveis ao ambiente e à qualidade de vida das pessoas.

O eco deste protesto não se limita à Galiza, mas ressoa em Portugal e em todas as nações que se preocupam com a sustentabilidade. A solidariedade dos cidadãos portugueses é essencial, não apenas por uma questão de proximidade geográfica ou cultural, mas por um reconhecimento profundo de que a defesa de um ambiente puro é uma causa comum a todos nós. É uma luta por um futuro em que o desenvolvimento económico ande de mãos dadas com a preservação da natureza, garantindo que as gerações vindouras possam desfrutar de um planeta saudável e equilibrado.

A história da expansão da celulose na Galiza serve como um alerta: o crescimento económico, quando dissociado da responsabilidade ambiental, pode ser um caminho perigoso. E, neste sentido, é fundamental que todas as vozes se unam, superando as barreiras políticas, para proteger aquilo que realmente importa — o nosso ambiente, a nossa casa comum. Como diz o ditado galego, “O ar, a água e os solos pertencem a todos e não reconhecem fronteiras”.

Este é um apelo que devemos todos escutar e apoiar, pois a luta ecologista não tem fronteiras.