Lula não citou explicitamente nem a Venezuela nem os Estados Unidos, mas destacou que o continente atravessa um período de “polarização e instabilidade” que exige cautela dos governos da região.
No pronunciamento, o presidente realçou que a América Latina e o Caribe formam um território livre de armas de destruição em massa e sem conflitos étnicos ou religiosos.
Para ele, essa característica precisa ser preservada com diálogo e cooperação.
“Na América Latina e Caribe também vivemos um momento de crescente polarização e instabilidade. Manter a região como zona de paz é nossa prioridade. Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos. Intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”, declarou Lula diante dos diplomatas.
Na última quarta-feira, 15.10, Trump confirmou ter autorizado a CIA, agência de espionagem norte-americana com um histórico de golpes e interferências na América Latina, a realizar operações secretas na Venezuela com o objetivo de derrubar o governo de Nicolás Maduro.
Além disso, os EUA deslocaram navios de guerra para o mar do Caribe e mantêm pelo menos dez embarcações próximas à costa venezuelana, sob o pretexto de combater o “narcoterrorismo”.
O gesto reacende memórias do intervencionismo norte-americano que marcou o continente durante o século XX — do golpe de 1954 na Guatemala ao apoio à ditadura chilena em 1973.
Para Brasília, esse tipo de ação representa uma ameaça direta à estabilidade regional e viola os princípios de soberania e autodeterminação dos povos, pilares da política externa defendida por Lula desde seus primeiros mandatos.