O júri decidiu, igualmente, atribuir duas menções honrosas: – Poesia “Chão de Saibro” de Frederico da Cruz Vieira de Sousa, brasileiro, de 42 anos, residente Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil; – Romance “A Sintaxe da Guerra” de Joaquim Njungo Jeremias, angolano, de 29 anos, natural de Luena, província de Moxico, Angola.

De acordo com o júri, “Cantagalo” é “um romance de família, com Praxedes, nome obtuso, como centro da ficção.

História de peripécias rápidas, diálogos vivos, o que atravessa este livro como rio subterrâneo é não só a condição feminina e a questão da escrita, mas a própria condição do Livro como possibilidade de escapar a uma vida vazia, concreta, feita de cenas sem sentido nesse lugar – Cantagalo – que é alegoria de todo o Brasil.

Relativamente às menções honrosas, o júri refere que “Chão de Saibro” “reconduz-nos às experiências gráficas da poesia visual, da experimentação icónica do texto, transformando em verdadeiro texto-trama-tecido de palavras.

No romance “A Sintaxe da Guerra” “África canta a sua dor”, onde os protagonistas “são alegorias de todos os que enfrentaram a guerra colonial.

Trata-se de descobrir neste livro de prosa descritiva, de diálogos intensos, de fotografias aos interiores de vários infernos..., um modo de narrar que articula o performativo... com o romance social onde a mensagem da anti- guerra é só o nível mais óbvio desta voz comprometida.”

9.a edição do prémio: Esta edição foi lançada a 7 de Maio de 2023 e encerrada a 3 Dezembro de 2023.

De acordo com a organização foram recebidas 168 candidaturas nesta edição oriundas de 15 países: Ásia (Timor-Leste), África (Países de Língua Portuguesa e Senegal), América (Brasil), Europa (Alemanha, Polónia, Holanda, Reino Unido, Suíça), e Médio Oriente (Israel).

De referir que o Brasil tem sido o país com o maior número de candidaturas.

O júri desta edição foi constituído por Domício Proença, Brasil; Germano Almeida, Cabo Verde; Hélder Simbad, Angola; Inocência Mata, São Tomé e Príncipe; Pires Laranjeira, Portugal; Luís Carlos Patraquim, Moçambique; Luís Costa, Timor-Leste; Tony Tcheka, Guiné-Bissau; Yao Jing Ming, Macau; pelo Movimento 800 anos da Língua Portuguesa – João Pinto Sousa; pela UCCLA – Rui Lourido.
Joffre Justino