A agenda do líder petista contou com um jantar oferecido pelo presidente russo, Vladimir Putin, aos chefes de Estado e governo; a participação no desfile militar do Dia da Vitória na Praça Vermelha e duas reuniões bilaterais: uma com Putin, outra com o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico.
O Itamaraty já havia antecipado anteriormente que um dos objetivos da viagem seria reforçar a independência da política externa do Brasil.
Lula também reiterou a posição do Brasil em relação à guerra da Ucrânia, condenando a intervenção da Rússia e se colocando à disposição de participar da mediação do conflito.
“Nós dissemos ao presidente Putin o que a gente vem dizendo desde que começou esta guerra. A posição de que o Brasil é contra a ocupação territorial de outro país”, disse Lula em conferencia de imprensa antes de viajar para a RPChina, onde cumpre agenda em 12 e 13 de maio.
“O Brasil faz parte de um grupo de países que, junto com a China, criou um grupo de amigos que são três países emergentes. E eu disse ao presidente Putin que nós estamos dispostos a ajudar na negociação desde que os dois países que se enfrentam queiram que a gente possa participar de negociação. O Brasil acha que é uma loucura ficar incentivando essa guerra, que é uma loucura”, declarou Lula neste sábado.
Ao falar sobre as motivações do Brasil em realizar a visita à Rússia durante as comemorações do Dia da Vitória, Lula foi categórico: defender o fortalecimento do multilateralismo.
“Fiz questão de vir aqui para dizer que o Brasil está defendendo o fortalecimento do multilateralismo. Não é possível que a gente não tenha aprendido a lição com a importância do que foi o multilateralismo depois da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, humanizou o comércio dos países e das nações”, disse o presidente.
“A posição do Brasil é muito, muito sólida. Independente de eu ter vindo aqui, independente de eu ter vindo à China, independente de eu ter vindo a qualquer país, a nossa posição continua a mesma com aquilo que a gente pensa sobre a guerra da Ucrânia: ‘Nós queremos paz’. E discutimos ontem com o presidente Putin que nós queremos paz”, completou.
O presidente Lula também comentou a comemoração dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial e sobre o peso histórico que a data tem no país.
“Esse é um país que, de todos que participaram com os aliados, foi o que mais perdeu gente. Esse país perdeu praticamente 26 milhões de pessoas. Esse país chegou num momento em que a população, a juventude, praticamente estava dizimada pela Segunda Guerra Mundial. E eu vim ver o que é uma festa muito importante”, disse.
O presidente brasileiro reslçou a importância desta data histórica para os russos, observando que a comemoração do Dia da Vitória vai muito além do desfile militar na Praça Vermelha