Sobrecarga ou apadrinhamento?

Na manhã desta quarta-feira, 13 de agosto de 2025, passageiros a bordo do voo da companhia aérea estatal TAAG, com partida de Luanda com destino a São Tomé, reportaram o desaparecimento de suas bagagens despachadas — um problema que, segundo eles, já ocorrera no voo anterior. O incidente reacende a indignação popular com os chamados "pilha‑malas" — funcionários que manuseiam e, segundo relatos e um vídeo divulgado, retêm irregularmente as bagagens.

Vídeo reforça suspeitas de irregularidades

Um vídeo que circula nas redes sociais, embora não aberto diretamente aqui, mostra claramente que trabalhadores da TAAG estariam vinculados ao desaparecimento dos pertences. Passageiros relatam, com indignação, ter perdido medicamentos e objetos pessoais de grande valor — relatos corroborados por publicações em grupos de redes sociais Facebook. Um desses relatos destaca que o episódio não se limitou ao voo em questão, mas teria ocorrido também no voo anterior, o que configura padrão preocupante.

Estado reage com omissão?

Apesar das denúncias e da clara repercussão negativa no setor de transporte angolano, não houve ainda qualquer pronunciamento oficial por parte do governo angolano, responsável máximo pela companhia estatal, nem do Ministério dos Transportes. A ausência de uma resposta oficial apenas reforça a sensação de impunidade e fragiliza ainda mais a imagem da TAAG e do próprio país perante a opinião pública.

Bagagem perdida? O que TAAG oferece formalmente

Segundo o site oficial da TAAG, em caso de bagagem não entregue na chegada, o passageiro deve registrar a reclamação imediatamente em um balcão da companhia. Após isso, recebe-se um código de acompanhamento para monitorar o status da bagagem. Se em 30 dias a mala não for localizada, ela é considerada "perdida", e o passageiro deve receber compensação de 20 USD por quilo, ou equivalente em kwanzas 

Urgência de investigação e responsabilidade institucional

Especialistas em aviação argumentam que o incidente precisa de uma investigação imediata e imparcial, conduzida pelo Ministério dos Transportes, para apurar eventuais responsabilidades e punir os envolvidos. A falta de atuação estatal não só compromete a confiança no transporte aéreo doméstico e regional, mas colide frontalmente com a reputação da companhia que representa o Estado angolano.

 

O episódio envolvendo os "pilha-malas" na TAAG expõe não apenas falhas operacionais graves, mas também um vácuo de responsabilidade institucional que exige ser preenchido. Que as autoridades competentes respondam com transparência, rigor e celeridade — para proteger os direitos dos passageiros, resguardar a imagem da companhia e restaurar a confiança no sistema aéreo nacional.

https://youtu.be/_-ylyZcGLC8?si=PDZ3DXKgPKiRr2gt