Este projeto pretende ser uma plataforma unificadora de diversas iniciativas que visam formar uma nova elite política e impulsionar ideias neoliberal-conservadoras em França e mundo fora
Segundo um documento interno que é analisado em https://www.lejdd.fr/politique/exclusif-les-secrets-du-projet-pericles-de-pierre-edouard-sterin-pour-influencer-la-metapolitique-francaise-147672, este projeto prevê mobilizar cerca de 150 milhões de euros nos próximos dez anos para atingir os seus objetivos.
Através de Périclès, Pierre-Édouard Stérin e os demais cofundadores do projeto desejam promover valores como “liberdade, enraizamento, redução de gastos públicos, redução de encargos e impostos, identidade e antropologia cristã ” .
Opõe-se o projeto ao que consideram ser os “principais males da sociedade francesa: socialismo, wokismo, islamismo, imigração, social-estatismo, hiperburocracia”.
O plano de Péricles gira em torno de três objetivos principais: “vitória ideológica, vitória eleitoral e vitória política” , segundo o documento.
Na vitória ideológica, pretende tornar dominantes as ideias liberais-conservadoras, promovendo-as e impondo estes temas no debate público, ao mesmo tempo que luta mais eficazmente contra ideias opostas.
Na vitória eleitoral pretende fazer a diferença nas eleições, “identificando eleições prioritárias” e formando futuros candidatos eleitorais.
Finalmente, a vitória política consiste em permitir o exercício do poder "fornecendo um programa coerente e global" , "construindo relações de confiança com os líderes de direita de amanhã" e fornecendo "uma reserva de homens prontos para ocupar posições-chave ” na administração publica.
Dizem pois estes neo direitistas adeus a Chirac, e viva ao bloco nascente que alia os opusdeistas aos evangélicos à Bolsonaro ou à Bannon trumpista num serôdio anti cristianismo que se diz cristão mas nega o amor ao outro como a nós mesmos, a critica à ganância da crescente concentração da riqueza e à recusa em a distribuir, que nega o papel distributivo do Estado e a diversidade ideológico-cultural!
Relevamos que em 2012, Stérin deixou a França com a família para residir na Bélgica, a fim de fugir dos impostos sobre ganhos de capital : justificou-se afirmando que a gestão privada é mais eficiente do que a gestão pública, e que é mais útil dar isso pagando impostosI
Em 2021, durante a campanha para as eleições presidenciais francesas de 2022 , a imprensa apresentou-o como um apoiante de Éric Zemmour , mais um da franco extrema direita e o Paris Match descreve-o como “apreciador dos voos de fantasia tradicionalista do jornalista”, e Stérin teria “aprovado” o envolvimento de Zemmour na corrida presidencial.
Mas Stérin nega qualquer apoio ou contribuição à campanha de Éric Zemmour e ao seu partido político e afirma ter conhecido Éric Zemmour "como cerca de vinte homens e mulheres políticos do centro e da direita nos últimos anos", mas também "líderes patrióticos de esquerda" com quem partilha uma série de valores e ate se afastou quando a campanha começou, sendo particularmente cauteloso quanto ao lugar dado à sua companheira e conselheira, Sarah Knafo : "Um homem que escolhe mal a sua esposa, escolherá mal os seus ministros. E quem a engana enganará também os franceses”.
Segundo Le Monde e Challenges , Stérin desempenha um papel influente dentro do
Rassemblement Nacional(RN) da sra Marine Le Pen.
Além disso, vários candidatos da aliança liderada pelo RN e o contestado presidente dos republicanos Éric Ciotti durante as eleições legislativas de 2024 , nomeadamente Typhanie Degois ou Vincent Trébuchet , funcionário do "estúdio start-up" da Fundação para o Bem Comum , estão na área de influência de Stérin.
Segundo o Le Monde , Alban du Rostu, diretor geral do Fundo do Bem Comum, também se ofereceu a Éric Ciotti, que havia ficado isolado, para encontrar substitutos para os membros da equipe republicana que acabavam de abandonar este partido.
Através do think tank Politicae, Pierre-Édouard Stérin anseia por levar ao poder em França uma aliança entre a extrema direita e a direita liberal conservadora.
Para este efeito está previsto um financiamento de 150 milhões de euros ao longo de dez anos. Também planeia formar e apoiar candidatos independentes para vencer as eleições municipais francesas de 2026
Noffre Justino