No seu discurso, o dirigente comunista acusou o Executivo de operar como "uma agência de negócios", ao serviço de grandes grupos económicos, submetido aos interesses da União Europeia, dos Estados Unidos e da NATO. Referiu-se ainda à Iniciativa Liberal como uma "lebre ideológica" e ao Chega como "fábrica de mentiras", sustentando que o PS está pronto para "dar as duas mãos ao Governo", numa crítica às supostas cumplicidades políticas.
Paulo Raimundo denunciou o aumento da despesa em Defesa—que ronda os 5 % do PIB—como um desvio de recursos vitais à habitação, saúde, educação, transportes e creches, sublinhando que tais verbas deveriam servir ao bem-estar social, não ao "negócio do armamento".
Além das questões económicas, o secretário-geral manifestou solidariedade com o povo palestiniano, afirmando que "não é possível fechar os olhos ao genocídio em Gaza" e exigindo que o Governo português reconheça "imediatamente e sem nenhumas condições" o Estado da Palestina, com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Este.
No plano político, Raimundo abordou os desafios eleitorais iminentes: as eleições autárquicas de 12 de outubro, que exigem uma forte resposta pela CDU — com apelos ao voto por uma "vida melhor" —, e as presidenciais de janeiro de 2026, para as quais o PCP considera a candidatura de António Filipe "indispensável e insubstituível" na defesa da Constituição da República.
Para concluir, reafirmou que o PCP se manterá presente "em cada escola, universidade, bairro e local de trabalho", chamando os militantes à construção coletiva — no caminho da democracia e do socialismo — em preparação para o 13.º Congresso do partido a realizar-se em novembro.