No sábado, seis urgências estarão encerradas. No domingo, o número sobe para dez. A maioria diz respeito aos serviços de obstetrícia e ginecologia na região de Lisboa e Vale do Tejo — um dado que levanta sérias questões sobre a equidade e o acesso à saúde das mulheres, precisamente num dos momentos mais simbólicos do calendário religioso.
Em plena celebração da vida, da renovação e da compaixão, a ausência de respostas nos serviços essenciais leva-nos a perguntar: onde está a verdadeira caridade cristã quando o direito à saúde é posto entre parêntesis? E mais ainda: estaremos perante um boicote velado à saúde reprodutiva, orquestrado por consciências moralistas disfarçadas de objetoras de consciência?
Afinal, será mera coincidência que tantos serviços de ginecologia estejam encerrados? Ou estaremos a assistir à atuação de uma ala conservadora, pouco científica e ainda menos laica, que prefere impor os seus dogmas em vez de servir o bem comum?
Fica no ar a provocação:
Será que os faltosos que levam ao encerramento das urgências são os “opusdeístas” anti-Interrupção Voluntária da Gravidez, escondidos sob o manto da objeção de consciência?
A resposta talvez requeira não fé, mas uma auditoria.
E quem sabe… um concílio laico para salvar o que resta da nossa saúde pública.
👉 Para consultar os serviços de urgência hospitalar neste fim de semana, aceda ao portal oficial do SNS.
✊ Subscreva o Estrategizando - Séc. XXI e junte-se a quem defende um país mais justo, informado e consciente:
🔗 https://www.estrategizando.pt/assinatura