Na Escola Básica da Baranha, António Filipe disse compreender os trabalhadores que adiram à greve geral de 11 de dezembro contra o pacote laboral do Governo, argumentando que as "traves mestras" são "preocupantes".
"É uma ofensiva em grande escala contra os direitos dos trabalhadores e daí que eu compreenda perfeitamente a necessidade que os trabalhadores sentem de recorrer a formas de luta mais drásticas, como o direito à greve ou como a greve geral".
Recordou que embora o Governo tenha invocado existência de negociações, já deixou claro que quer insistir naquilo que o candidato considera serem "as traves mestras" da lei.
"O Código do Trabalho já é muito desfavorável aos trabalhadores e com estas alterações estaríamos perante uma liberalização do despedimento na prática, em que o conceito de justa causa deixaria de fazer sentido na medida em que mesmo que o tribunal decretasse a ilegalidade do despedimento, o trabalhador na prática veria negado o seu direito à reintegração na empresa", disse.
Antonio Filipe candidato presidencial contestou a proposta por consagrar um banco de horas individual que levaria a que "por decisão do patronato o trabalhador seja obrigado a trabalhar até 50 horas semanais".
Alertou ainda para o "ataque das jovens mães à amamentação" e para as "limitações graves ao exercício da liberdade sindical e direito à greve".
António Filipe apesar de tudo deseja que esta proposta seja "rejeitada antes das eleições presidenciais".
"Um Presidente [da República] preocupado com o dia a dia de cada um, com os problemas que cada pessoa sente na sua vida, no seu trabalho, no seu acesso a direitos fundamentais como a saúde e a educação e que as pessoas possam olhar para o Presidente da República e pensar este é alguém que eu elegi e que está do meu lado e compreende", concluiu.
O candidato presidencial apoiado pelo PCP adiantou que tem intenções de entregar este mês de novembro a candidatura junto do Tribunal Constitucional.
"Tencionamos ainda este mês de novembro formalizar a candidatura junto do Tribunal Constitucional. Temos como objetivo superar largamente as 7.500 assinaturas que são obrigatórias".
As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.