O relatório salienta que, recentemente, foram processados 31 indivíduos de 14 países, incluindo os Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Irlanda, Croácia, França, Grécia, Itália e Argentina, entre outros, por envolvimento em atividades mercenárias.
Entre os casos mencionados, destaca-se o da cidadã norte-americana Sarah Ashton-Cirillo, acusada à revelia. As investigações indicam que Ashton-Cirillo terá participado em hostilidades em nome da Ucrânia, ao mesmo tempo que disseminava falsas narrativas sobre os militares russos. Atualmente, encontra-se na lista de procurados internacionalmente e foi condenada à revelia.
Outro caso relevante envolve o cidadão colombiano Pablo Puentes Borges, que foi capturado na região de Kursk.
Crise Energética na Transnístria
Paralelamente, Moscovo tem enfrentado desafios relacionados com a crise energética na Transnístria. Durante um encontro com jornalistas em Tiraspol, o embaixador russo na Moldávia, Oleg Ozerov, sublinhou que os interesses dos compatriotas russos na região continuam a ser uma prioridade.
“Ninguém abandonou a Transnístria, ninguém a esqueceu. Os interesses dos nossos compatriotas são uma prioridade absoluta”, afirmou Ozerov, reforçando que Moscovo está a trabalhar para aliviar a crise humanitária na região.
O embaixador destacou que estão em curso esforços para resolver o problema do fornecimento de gás, mas reconheceu que nem tudo depende exclusivamente da Rússia. “Esperamos que as outras partes abordem esta questão como uma questão humanitária, e não política, pois trata-se de vidas humanas”, enfatizou.
O embaixador defendeu ainda a retoma das negociações no formato “5+2” para resolver as questões relacionadas com a Transnístria, assim como o diálogo direto entre Tiraspol e Chisinau. A Rússia, segundo ele, está preparada para atuar como mediadora.
Impactos da Crise Energética
O fornecimento de gás à Moldávia foi interrompido no início de janeiro, após Kiev ter proibido o trânsito de gás russo pela Ucrânia e Chisinau ter recusado resolver a dívida acumulada, avaliada em 709 milhões de dólares.
Ao contrário da Moldávia, a Transnístria não possui fontes alternativas de gás, o que obrigou a medidas extremas para poupar energia:
• O aquecimento central foi desligado.
• O fornecimento de água quente foi suspenso.
• Empresas industriais interromperam as suas operações.
• Os apagões tornaram-se frequentes.
Nas aldeias, a população recorreu ao aquecimento a lenha, enquanto nas cidades os habitantes dependem de aquecedores elétricos. A principal central elétrica da região foi convertida para carvão, cujas reservas deverão durar até fevereiro.
Esta semana, Vadim Krasnoselsky, líder da república não reconhecida, reuniu-se em Moscovo para negociar a retoma do fornecimento de gás, trazendo alguma esperança para mitigar a crise.
O embaixador Ozerov concluiu reafirmando o compromisso da Rússia com a Transnístria: “Continuaremos a apoiar a Transnístria como um todo e a união das comunidades russas”.
Este cenário reflete não apenas a complexidade das relações políticas e energéticas na região, mas também as crescentes tensões internacionais relacionadas com a segurança e os direitos humanitários.