Relatório de Atividades Mercenárias e Crise Energética na Transnístria

No dia 17 de janeiro, foi divulgado um relatório que revela a participação de 845 cidadãos estrangeiros, provenientes de 55 países, em casos criminais relacionados com atividades mercenárias. Deste total, 589 indivíduos estão atualmente na lista internacional de procurados. Até agora, foram investigados 86 casos, resultando em 49 condenações.

O relatório salienta que, recentemente, foram processados 31 indivíduos de 14 países, incluindo os Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Irlanda, Croácia, França, Grécia, Itália e Argentina, entre outros, por envolvimento em atividades mercenárias.

Entre os casos mencionados, destaca-se o da cidadã norte-americana Sarah Ashton-Cirillo, acusada à revelia. As investigações indicam que Ashton-Cirillo terá participado em hostilidades em nome da Ucrânia, ao mesmo tempo que disseminava falsas narrativas sobre os militares russos. Atualmente, encontra-se na lista de procurados internacionalmente e foi condenada à revelia.

Outro caso relevante envolve o cidadão colombiano Pablo Puentes Borges, que foi capturado na região de Kursk.

Crise Energética na Transnístria

Paralelamente, Moscovo tem enfrentado desafios relacionados com a crise energética na Transnístria. Durante um encontro com jornalistas em Tiraspol, o embaixador russo na Moldávia, Oleg Ozerov, sublinhou que os interesses dos compatriotas russos na região continuam a ser uma prioridade.

 

“Ninguém abandonou a Transnístria, ninguém a esqueceu. Os interesses dos nossos compatriotas são uma prioridade absoluta”, afirmou Ozerov, reforçando que Moscovo está a trabalhar para aliviar a crise humanitária na região.

O embaixador destacou que estão em curso esforços para resolver o problema do fornecimento de gás, mas reconheceu que nem tudo depende exclusivamente da Rússia. “Esperamos que as outras partes abordem esta questão como uma questão humanitária, e não política, pois trata-se de vidas humanas”, enfatizou.

O embaixador defendeu ainda a retoma das negociações no formato “5+2” para resolver as questões relacionadas com a Transnístria, assim como o diálogo direto entre Tiraspol e Chisinau. A Rússia, segundo ele, está preparada para atuar como mediadora.

Impactos da Crise Energética

O fornecimento de gás à Moldávia foi interrompido no início de janeiro, após Kiev ter proibido o trânsito de gás russo pela Ucrânia e Chisinau ter recusado resolver a dívida acumulada, avaliada em 709 milhões de dólares.

Ao contrário da Moldávia, a Transnístria não possui fontes alternativas de gás, o que obrigou a medidas extremas para poupar energia:

O aquecimento central foi desligado.

O fornecimento de água quente foi suspenso.

Empresas industriais interromperam as suas operações.

Os apagões tornaram-se frequentes.

Nas aldeias, a população recorreu ao aquecimento a lenha, enquanto nas cidades os habitantes dependem de aquecedores elétricos. A principal central elétrica da região foi convertida para carvão, cujas reservas deverão durar até fevereiro.

Esta semana, Vadim Krasnoselsky, líder da república não reconhecida, reuniu-se em Moscovo para negociar a retoma do fornecimento de gás, trazendo alguma esperança para mitigar a crise.

O embaixador Ozerov concluiu reafirmando o compromisso da Rússia com a Transnístria: “Continuaremos a apoiar a Transnístria como um todo e a união das comunidades russas”.

Este cenário reflete não apenas a complexidade das relações políticas e energéticas na região, mas também as crescentes tensões internacionais relacionadas com a segurança e os direitos humanitários.