Desde a sua abertura ao público em 1998, sob a presidencia municipal de Joao Soares em Lisboa ,  que tem convergido para  o Museu do Fado os espólios de centenas de intérpretes, autores, compositores, músicos, construtores de instrumentos, estudiosos e investigadores, artistas profissionais e amadores.

Em suma, de centenas de personalidades que testemunharam e construíram a história do Fado e que não hesitaram em ceder-nos os testemunhos do seu património afectivo e memorial para a construção de um projecto comum.

E acentue-se as ligações do Fado à marinhagem, às raizes negras e arabes lisboetas…

A estes o Museu do Fado presta a sua homenagem, investiga, conserva e promove as singularidades desta arte performativa, nascida  nos bairros histórico-maritimos de Lisboa e que ao longo de uma história aproximada de 200 anos, foi capaz de absorver influências culturais e tecnológicas diversas.

Tal levou a variados trajectos de consagração nas mais diversas áreas, e que se perpetuaram ao longo de quase todo o século XX,

À  Lusa, Pedro Moreira não quis adiantar pormenores do projeto, pois está "ainda a trabalhar no processo", mas  anunciou  que o Museu será aumentado em mais 40% e terá "um novo discurso expositivo".

Localizado no bairro de Alfama, o Museu do Fado, "não encerrando na totalidade, pode encerrar na parcialidade", estando a ampliação a cargo do ateliê de arquitetura Santa-Rita.

A ampliação é "um ensejo de longa data do executivo" municipal, e visa "valorizar a alma lisboeta e do próprio património", disse Pedro Moreira à Lusa.

"Pretende-se dar uma ampliação ao Museu do Fado, que já precisava e, ao mesmo tempo, um novo discurso museográfico", reforçou.

Não há ainda uma data concreta para o início das obras, apenas foi feito "o lançamento do procedimento para que o arquiteto [João] Santa-Rita possa iniciar trabalhos com uma equipa pluridisciplinar e com a diretora do Museu, Sara Pereira".

Quanto à ampliação em área, o responsável não avançou qualquer número. "Ainda estamos a estudar. O que sabemos é que, possivelmente, iremos acrescentar pelo menos mais 40%. Neste momento a equipa pluridisciplinar está ainda a aferir todos os elementos e os desafios que são lançados com esta ampliação".

"O que procuramos é que o desenvolvimento do projeto crie condições para ampliar não só a área expositiva dando-lhe um outro discurso e um outro percurso, mas que possa facilitar áreas tão relevantes como é o serviço educativo".

Pedro Moreira qualificou o projeto de "relevante para a identidade e a alma lisboeta tão bem representada pelo fado", adiantando que será apresentado no próximo ano.