Na noite de 24 de maio de 2024, o Arquivo Municipal de Loures foi o cenário de um debate enriquecedor sobre o impacto do 25 de Abril de 1974 no movimento sindical em Portugal.

Parte do ciclo de debates promovido pela Câmara Municipal de Loures, o evento reuniu especialistas e cidadãos para uma reflexão pedagógica e profunda sobre a evolução do sindicalismo no país.

Uma Noite de Memória e Conhecimento

O auditório composto  de pessoas interessadas em ouvir as experiências e análises de duas figuras de renome no sindicalismo português: João Proença, ex-secretário-geral da UGT, e Carlos Manuel Alves Trindade, ex-dirigente da CGTP-IN e atual membro do Conselho Económico e Social da União Europeia. A moderação do debate foi conduzida por Ricardo João Gaio Alves, presidente da Associação República e Laicidade, que garantiu um espaço dinâmico e interativo para o diálogo.

A Voz dos Sindicalistas

João Proença e Carlos Manuel Alves Trindade partilharam as suas vivências e ofereceram perspetivas complementares sobre a evolução do movimento sindical. Proença relembrou os tempos difíceis antes da Revolução dos Cravos, quando a atividade sindical era clandestina e duramente reprimida pelo regime do Estado Novo. Ele destacou como o 25 de Abril trouxe uma lufada de ar fresco, permitindo a legalização dos sindicatos e o fortalecimento da luta pelos direitos dos trabalhadores.

Carlos Manuel Alves Trindade abordou a expansão dos direitos dos trabalhadores no período pós-revolucionário, destacando conquistas significativas como a criação do salário mínimo e a instituição da semana de trabalho de 40 horas. Ele também alertou para os desafios contemporâneos enfrentados pelos sindicatos, especialmente a precarização do trabalho e a necessidade de adaptação às novas realidades tecnológicas e económicas.

Um Olhar Pedagógico sobre o Sindicalismo

O debate proporcionou uma análise crítica e profunda sobre o papel dos sindicatos na sociedade contemporânea. Ricardo João Gaio Alves sublinhou a importância de entender o passado para moldar o futuro, enfatizando a necessidade de um movimento sindical que continue a ser um baluarte na defesa dos direitos dos trabalhadores.

A audiência, participou, colocando questões pertinentes e partilhando experiências pessoais. Este envolvimento do público foi crucial para o sucesso do evento, demonstrando que a memória de Abril continua viva e que a luta pelos direitos laborais ainda é uma prioridade.

A Arte como Expressão de Liberdade

O encerramento do evento ficou a cargo do conjunto musical Corda Solta, que brindou os presentes com um repertório de canções evocativas do espírito de Abril e da luta pela liberdade. A música, como expressão artística, complementou de forma emotiva a reflexão histórica e política, unindo todos numa celebração dos valores democráticos.

Conclusão

Este debate sobre "O sindicalismo e os sindicatos, antes e após o 25 de Abril" não foi apenas uma comemoração do passado, mas também um apelo à ação presente e futura. João Proença afirmou que "A Revolução dos Cravos não terminou em 1974; ela continua em cada luta pelos direitos dos trabalhadores". Esta noite em Loures foi uma poderosa lembrança de que a história é feita de continuidade e que o legado de Abril deve ser preservado e renovado a cada geração.

A Câmara Municipal de Loures e o Arquivo Municipal estão de parabéns por promover eventos que educam, inspiram e fomentam a participação cívica, lembrando-nos que a liberdade e a justiça social são conquistas diárias e coletivas. Este ciclo de debates é uma oportunidade imperdível para recordar, aprender e inspirar a construção de um futuro mais justo e democrático e isso é também responsabilidade do seu vereador, Nuno Dias que tem desenvolvido esforcos com a sua equipa de profissionais para alcançar estes objetivos em termos de cidadania.