Nasceu assim como uma bandeira revolucionária anti monarquista adotado de facto a 1 de dezembro de 1910 e sancionado oficialmente a 19 de junho de 1911.

O antecedente directo, se o quisermos, teremos de o procurar bem mais tarde, já nos finais do século XIX, na revolta de 31 de Janeiro. É verde e vermelha, de facto a bandeira içada pelos revoltosos na Câmara Municipal do Porto na manhã de 31 de Janeiro de 1891.
Totalmente vermelha, com um círculo verde ao centro, a que se junta a legenda referente ao centro republicano a que se pertencia - Centro Democrático Federal 15 de Novembro. Esta bandeira é na sua essência simbólica, a bandeira da tradição democrática, republicana e socialista, hasteada em Paris, nas jornadas revolucionárias de 1848 e durante a Comuna de 1870.

A bandeira republicana representa uma mudança radical que até rompia com as anteriores bandeiras de Portugal.

Mesmo assim  a polémica introdução da conjugação das cores verde e vermelha apesar  de considerada como uma quebra na tradição, historicamente não sao  uma novidade em bandeiras portuguesas e mantém algumas das suas características tradicionais, como  a conservação das armas de Portugal como o seu elemento central.

As cores verde e vermelha foram inicialmente escolhidas pelo seu simbolismo político, remetendo para as cores das bandeiras desfraldadas pelos republicanos nos golpes revolucionários de 31 de janeiro de 1891 e de 5 de outubro de 1910.

Mas o cromatismo verde-rubro esteve associado a acontecimentos altos da história portuguesa de que se fez um símbolo como a revolucionária Guerra da Independência, o processo dos Encontros inter comunidades humanas, à Restauração.

Verde e vermelho era o pendão da ala dos namorados na Batalha de Aljubarrrota; verde e vermelha foi a bandeira das naus dos Encontros durante o reinado de D. Manuel I; verde e vermelha seria a bandeira dos conjurados do 1º de Dezembro de 1640 ainda que nao haja uma continuidade explicita entre estes primeiros símbolos e a bandeira republicana.

Sobre o fundo vermelho, símbolo da tradição política, inscrevem-se depois as insígnias e legendas dos clubes a que pertencem, como a da revolta de 31 de Janeiro.

O certo é que a primeira bandeira da República desfraldada em Portugal foi aquela verde e vermelha, a 31.02.1891!

E, derrotada  a revolução, a bandeira verde-rubra torna-se para os republicanos o símbolo inesquecível de uma República efémera e inicialmente vencida, mas que 20 anos de luta haverão de dar a vitoria aos Repunlicanos.

Quando chega a jornada revolucionária de 3 a 5 de Outubro de 1910, será verde-rubra a bandeira de Machado Santos na Rotunda, a qual vitoriosa a revolução substitui a bandeira azul-branca no alto do Castelo de S. Jorge.

Implantada a República, o Governo provisório, consciente da importância da simbólica na política, decide reconstituir a imagem do novo regime, os símbolos em torno dos quais se poderá fazer a unidade nacional.

Por decreto de 15 de Outubro, é criada uma comissão “ad hoc” para a questão da bandeira e do hino nacionais, constituída por cinco personagens públicas da vida portuguesa de então como o pintor Columbano, o romancista Abel Botelho, o republicano João Chagas e dois destacados combatentes da revolução de 5 de Outubro, Ladislau Pereira e Afonso Palla.

A comissão apresenta o seu projecto de bandeira, que, depois de  ligeiras alterações, é aprovado no conselho de ministro de 6 de Novembro.

Com a nova bandeira portuguesa e antes mesmo que fosse aprovada pela Assembleia Constituinte, o Governo decreta o 1º de Dezembro, como a data histórica da Restauração, dia da “festa da bandeira”.

Será a primeira festa cívica do novo regime e a sua primeira liturgia de consagração política.

Os monarquistas opuseram-se sempre a esta mudança e com a ditadura ainda pressionaram o salazarento para retomar o azul e branco monárquico que temeroso de confrontos recusou!