O início de 2025 trouxe consigo uma preocupação crescente para os consumidores portugueses: o aumento dos preços de bens alimentares essenciais.

A DECO, Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, divulgou os dados do seu cabaz alimentar de 63 bens essenciais, revelando subidas alarmantes em diversos produtos entre 31 de janeiro de 2024 e 29 de janeiro de 2025.

Estes aumentos, impulsionados por fatores económicos e geopolíticos, afetam diretamente o orçamento familiar, sobretudo num contexto de inflação persistente.

Produtos mais afetados: A dourada lidera a subida de preços

Entre os produtos que sofreram os maiores aumentos, a dourada ocupa o primeiro lugar, com um impressionante acréscimo de 29%. Este aumento reflete-se numa diferença de 2,09 euros no preço do peixe, um alimento de alto consumo no país. A situação é agravada pela elevada procura de fontes de proteína mais saudáveis e sustentáveis, o que pressiona ainda mais os preços.

Logo a seguir, os cereais integrais registaram uma subida de 20%, resultado em grande parte das disrupções provocadas pela guerra eslava, que afetou a cadeia de fornecimento de grãos na Europa. Este aumento representa mais 68 cêntimos no custo deste bem essencial para uma alimentação equilibrada.

A perna de peru, por sua vez, também viu o seu preço aumentar em 19%, o equivalente a mais 88 cêntimos. Este encarecimento está relacionado com os custos crescentes na produção e no transporte de carnes.

Uma descida ligeira no cabaz global

Apesar destas subidas, os dados mais recentes indicam que, entre 22 e 29 de janeiro de 2025, o custo total do cabaz alimentar essencial diminuiu 3,06 euros, fixando-se nos 238,79 euros. Este valor reflete uma ligeira oscilação de preços, mas os especialistas alertam que esta variação é temporária e poderá não se traduzir numa tendência de descida sustentável.

O cabaz da DECO inclui uma vasta gama de produtos indispensáveis para as famílias portuguesas, como carnes, congelados, frutas, legumes, laticínios, mercearias e peixe. Os aumentos de preço em bens tão variados demonstram a amplitude do impacto económico que o país enfrenta, obrigando muitas famílias a reajustar as suas despesas mensais.

Como enfrentar este desafio?

Dada a situação atual, torna-se essencial reforçar a sensibilização para práticas de consumo consciente. Comparar preços, optar por promoções, planear as refeições e reduzir o desperdício alimentar são algumas das estratégias recomendadas para enfrentar esta escalada dos preços. Além disso, as políticas públicas deverão focar-se na regulação e monitorização dos preços, garantindo que os consumidores não são vítimas de práticas abusivas.

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Referências:

Relatório de preços da DECO

Estatísticas de consumo alimentar em Portugal

Impactos económicos da guerra na Europa