No texto enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF descreve como o deputado teria alertado TH Jóias.
Para os investigadores, essa conduta caracteriza uma “ação obstrutiva” e teria como objetivo subjacente preservar relações políticas com o Comando Vermelho, facção que exerce forte domínio territorial no estado.
O documento reproduzido na decisão do ministro Alexandre de Moraes destaca que essa influência “se traduz em milhões de votos no pleito eleitoral que se avizinha”, referência direta às eleições de 2026.
Bacellar foi preso na quarta-feira 03.12 durante a Operação Unha e Carne, sob suspeita de divulgar informações sigilosas e interferir no avanço da Operação Zargun.
As investigações revelam que a facção ampliava seus laços institucionais por meio de articulações políticas.
A prisão de TH Jóias, em setembro, já havia mostrado parte dessa engrenagem.
Entre os detidos na Zargun está Índio do Lixão, apontado como traficante responsável por movimentar R$ 120 milhões em cinco anos e por atuar como braço direito de Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, liderança do Comando Vermelho no Complexo do Alemão. Segundo a PF, Índio era uma espécie de tesoureiro da facção e mantinha pagamentos ilícitos a policiais para garantir a proteção de integrantes do grupo.
As mensagens interceptadas mostram que o núcleo político do Comando Vermelho planeava lançar Índio como candidato a vereador em Duque de Caxias.
A PF sustenta que o conjunto de ações descritas demonstra uma estratégia da facção para ampliar sua influência política e institucional no estado, para preservar seu domínio territorial e sua capacidade de atuação