Trump afirmou ainda que está em negociações com "Ursula (von der Leyen)", a presidente da Comissão Europeia, mas que é  "uma situação muito difícil".

"Eles têm sido incrivelmente injustos connosco. Se olharmos para os presidentes anteriores, eles foram muito mal tratados. Eu sou bem tratado porque percebo o sistema, conheço o sistema. E nós temos as cartas na mão. Temos muito mais poder do que eles", afirmou.a

Trump acrescentou que a União Europeia (UE) não queria negociar com os Estados Unidos (EUA) até ele ter anunciado tarifas de 50%, e “Assim que o disse, eles vieram para a mesa", declarou.

"O problema é que eles têm uma série de impostos muito injustos que nós nunca imporíamos. Estão constantemente a processar as nossas empresas, a Apple, a Google, todas elas perante juízes que, basicamente, trabalham para a UE. E tomam estas decisões ultrajantes", continuou.

Trump  sublinhou que, se alguém tem de impor multas a estas empresas, devem ser os EUA.

"Se há uma multa, que seja paga aos Estados Unidos, mas há anos que eles fazem isto. A União Europeia é muito má. Não há dúvida sobre isso, mas em breve aprenderão a não ser tão desagradáveis", explicou.

Entretanto  a presidente da Comissão Europeia, a sra Leyen, ja tinha avisado os EUA de que a UE se está a preparar para a possibilidade de não haver um "entendimento satisfatório", prometendo defender os interesses europeus.

"Hoje, recebemos o mais recente documento dos Estados Unidos para prosseguir com as negociações e estamos a analisá-lo neste momento", começou por dizer a sra  Leyen, em conferência de imprensa após um Conselho Europeu dedicado em parte a assuntos de competitividade económica, em Bruxelas.

A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial da UE, tem optado pela humilima prudência apoiada por países como Portugal que berga o que pode aos EUA

Atualmente, os 379 mil milhões de euros em exportações da UE para os Estados Unidos, sao o  equivalente a 70% do total, e estão sujeitos às novas tarifas (incluindo as suspensas temporariamente) desde que a nova administração dos Estados Unidos tomou posse, em janeiro passado.

Segundo a instituição, está em causa uma taxa média de direitos aduaneiros dos Estados Unidos mais elevada do que na década de 1930.

Na noite de sexta, 27.06, a liderança da União Europeia revelou um novo plano para  a guerra comercial contra o  presidente estadunidense: enfrentá-lo em seu próprio jogo selvagem.

Trump tem abalado a ordem comercial global, ameaçando e anunciando tarifas, depois flexibilizando-as para abrir negociações, ao mesmo tempo em que alerta que taxas punitivas serão reimpostas se os termos não forem do seu agrado.

Faltando apenas 13 dias para o prazo imposto por Trump para concluir um acordo UE-EUA, a presidente da Comissão Europeia, a sra Leyen, levantou a ideia de que os 27 países da UE poderiam unir forças com 12 membros do bloco Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica (CPTPP), liderado pela Ásia ( O Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica ( CPTPP ), ou TPP11 ou TPP-11 antes do alargamento, é um acordo comercial entre a Austrália , Brunei , Canadá , Chile , Japão , Malásia , México , Nova Zelândia , Peru , Singapura , Reino Unido e Vietname .) para formar uma nova iniciativa de comércio mundial. 

O novo agrupamento redesenharia uma ordem comercial global baseada em regras, reformando ou talvez até mesmo substituindo a agora extinta Organização Mundial do Comércio, disse ela.

Fundamentalmente, os EUA não seriam automaticamente convidados.

Tal plano "mostraria ao mundo que o livre comércio com um grande número de países é possível com base em regras", disse a sra  Leyen ao final da cimeira  de líderes da UE em Bruxelas, na madrugada de sexta-feira. "Este é um projeto no qual acredito que devemos realmente nos engajar, porque a PTPP e a União Europeia são poderosas."

A sra Leyen explicou então que caberia à UE e ao CPTPP decidir se os EUA teriam permissão para aderir ao projeto.

A ideia de uma  cooperação mais formal  com o grupo Indo-Pacífico já havia sido aventada nos últimos meses pelo executivo da UE como forma de combater as tarifas de Trump.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, revelou que o bloco UE tinha que ser “muito inovador… às vezes imprevisível — como nossos amigos do outro lado do Atlântico”. 

A Polonia ocupa atualmente a presidência rotativa de seis meses do Conselho da UE. E Tusk, ex-presidente do Conselho Europeu, é um veterano nas negociações do Brexit, tendo presidido cimeiras  noturnas em Bruxelas na tentativa de chegar a um acordo com o Reino Unido sobre sua saída do bloco.

“Acho que todos nós conhecemos esse novo método de negociação e de como falar sobre comércio e outras comunicações”, disse Tusk, referindo-se às táticas disruptivas de Trump.

Os EUA são um dos parceiros mais próximos da Europa, observou ele, “mas precisamos ser semelhantes aos nossos parceiros em algum sentido”.

Tambem o chanceler alemão Friedrich Merz disse, "Se a OMC é tão disfuncional quanto tem sido há anos e aparentemente continua assim, então nós, que continuamos a considerar o livre comércio importante, precisamos pensar em algo diferente", disse ele.

A proposta da sra  Leyen pode acabar sendo  apenas uma distração temporária, até que um acordo com Trump for finalmente revelado. 

Espera-se agora que Von der Leyen e sua equipe negoceiem um esboço de contrato nos próximos dias para cumprir o prazo de Trump de concordar com os termos até 9 de julho pois depois  dessa data, ele ameaçou aumentar as tarifas punitivas sobre produtos da UE para até 50%. 

Há apenas um mês, desprezaram o acordo preliminar firmado pelo presidente dos EUA com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, insistindo que o bloco era uma superpotência comercial e jamais aceitaria a tarifa básica de 10% de Trump. 

Agora, tudo mudou e o PR frsncês ja disse "Seria melhor ter a tarifa mais baixa possível, 0% é o melhor", disse o presidente francês Emmanuel Macron. "Mas se for 10%, serão 10%."

O presidente da Lituânia, Gitanas Nausėda, disse ao POLITICO que a UE pode, no máximo, “esperar ser tratada como o Reino Unido” quando se trata de um acordo comercial com os EUA 

“Provavelmente seria o melhor cenário”, disse Nausėda. “Mas o Reino Unido, aos olhos dos Estados Unidos, é um pouco diferente como parceiro. E espero que sejamos tratados como o Reino Unido — mas veremos.” 

Ja alguns diplomatas disseram que a questão que os líderes da UE enfrentam é se devem optar por um acordo rápido nas próximas duas semanas ou esperar por um melhor, mesmo que isso signifique uma guerra comercial prolongada com os EUA. 

O risco nessa situação seria que Trump revisitasse seus compromissos com a defesa europeia, perguntando por que os estadunidenses deveriam pagar para proteger os países que os combatem no comércio, disse um diplomata, falando sob condição de anonimato porque o assunto é delicado. 

Merz, da Alemanha, foi a voz mais forte a favor de um acordo rápido, mesmo que seja apenas um esboço. "Temos menos de duas semanas até 9 de julho. E não se pode chegar a um acordo comercial sofisticado lá", disse ele. Indústrias como química, siderurgia e automobilística já estão sofrendo, disse ele, colocando as empresas em risco. "Por favor, vamos encontrar uma solução rapidamente."

A UE uma potencia?

Uma potencia no mundo era a fragil Republica da Africa do Sul liderada por Nelson Mandela!

Precisamente porque tinha um Lider a governá-la, nao um bando de encasacados e engravatados burocratas que se pasmam com as vestes clownescas de um fidel das direitas!