Fernando Alexandre, que na semana passada numa cerimónia em Lisboa defendeu que as residências públicas devem ter alunos de vários estratos sociais, caso contrário, dando prioridade aos bolseiros, irão degradar-se mais rapidamente o que face às criticas duras recebidas à RTP-Notícias, o ministro considerou que as suas palavras foram descontextualizadas e em entrevista ao jornal digital ECO, divulgada na sexta-feira, referiu que a RTP esteve presente na sessão toda, considerando que a escolha do trecho que foi transmitido não foi por acaso.
"A direção tem de investigar por que razão a jornalista escolheu aquele trecho. Quem esteve na sessão não ficou com a ideia que a RTP passou. Eu fiz um discurso longo e contextualizei aquilo que estava a dizer", apontou na entrevista.
"Nós vimos e ouvimos essas declarações, depois vimos e ouvimos o ministro a querer dizer que aquilo que nós vimos e ouvimos não foi o que ele disse", salientou António Filipe.
Para o candidato presidencial, as declarações iniciais foram "muito reveladoras daquilo que o ministro pensa relativamente à sociedade portuguesa" e a ideia de uma investigação além de "excessiva" é "inaceitável".
Tambem o Conselho de Redação da RTP defendeu que a entrevista de Fernando Alexandre ao ECO "contém afirmações que colocam em causa, de forma grave e injustificada, o bom nome, o profissionalismo, a idoneidade e a ética" da redação.
"As referências a alegadas 'agendas camufladas' e a 'incompetência' não são meras críticas: são acusações que atingem diretamente a credibilidade da informação da RTP e os seus profissionais", pode ler-se, num comunicado enviado à Lusa