Mas o mercado de trabalho brasileiro registrou avanços importantes: o número de trabalhadores com carteira assinada atingiu 39,6 milhões — o maior desde o início da série histórica em 2012 —, e o rendimento médio habitual chegou a R$ 3.378, o maior já registrado pela pesquisa.

A população desocupada aumentou 10,4% em relação ao trimestre anterior e chegou a 7,5 milhões de pessoas.

Mesmo com a leve redução na população ocupada, a massa de rendimento real habitual atingiu R$ 342 biliões, um novo recorde, com estabilidade no trimestre e crescimento de 6,2% (R$ 20 bilhões a mais) na comparação anual.

A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, explicou que o aumento na desocupação segue um padrão sazonal. “Esta alta segue o padrão sazonal da PNAD Contínua, com a tendência de expansão da busca por trabalho nos meses do primeiro trimestre de cada ano”, afirmou.

A população ocupada, por sua vez, sofreu leve retração: caiu 1,2% no trimestre, totalizando 102,7 milhões de pessoas.

Apesar disso, ainda representa um avanço de 2,4% frente ao mesmo período do ano anterior.

O número de empregados com carteira assinada no setor privado chegou a 39,6 milhões de pessoas — recorde da série histórica com um crescimento de 1,1% no trimestre (mais 421 mil postos) e de 4,1% no acumulado de 12 meses (mais 1,6 milhão). Para Adriana Beringuy, esse desempenho está atrelado à atividade comercial: “A expansão do emprego com carteira está relacionada com a manutenção das contratações no comércio”.

Enquanto isso, o número de empregados sem carteira assinada (13,5 milhões) caiu 6% no trimestre e se manteve estável em relação ao ano anterior.

O setor público (12,4 milhões) teve queda de 3,9% no trimestre, mas subiu 2,8% no ano.

Já os trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) permaneceram estáveis no trimestre e cresceram 1,7% em 12 meses.

Esses movimentos levaram a uma leve redução na taxa de informalidade, que passou de 38,7% para 38,1% da população ocupada — o equivalente a 39,1 milhões de pessoas.

Outro destaque da pesquisa foi o rendimento médio real habitual dos trabalhadores, que alcançou R$ 3.378 — o valor mais alto já registrado desde o início da série da Pnad Contínua, em 2012.

O dado representa um crescimento de 1,3% no trimestre e de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado, já descontada a inflação.

Na comparação anual, os maiores crescimentos foram registrados na Construção (5,4%, ou mais R$ 135) e nos Serviços domésticos (3,1%, ou mais R$ 39).

Mesmo com a leve redução na população ocupada, a massa de rendimento real habitual atingiu R$ 342 biliões, um novo recorde, com estabilidade no trimestre e crescimento de 6,2% (R$ 20 bilhões a mais) na comparação anual.