AS BAGAS

Arietta

Poema de João de Almeida Santos Ilustração: “O Jardim”, JAS 2024 Original de autoria Outubro de 2024

 

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“O Jardim”. JAS 2024

 
POEMA - "AS BAGAS"
Arietta
AO RAIAR
De um belo dia
Visitei
O meu jardim...
Havia
Algumas rosas,
Um azevinho
Sem bagas,
Três cameleiras
Frondosas
E tudo ali
Para mim.

VI DEUSA
Desnudada
Por entre verde
Folhagem,
Uvas frescas
De latada
E o jardim
Como imagem.

MAS AS BAGAS,
As bagas do azevinho,
Vermelhas,
Cor do meu sangue,
Não as tinha,
O pobrezinho,
Era um arbusto
Exangue.

E EU, TRISTE
Por não as ter
A fazer-me
Companhia,
Quis um novo 
 Azevinho
Com bagas
Como as queria.

PEDI LOGO 
Ao jardineiro
Que o encontrasse
Pra mim,
Sem elas
Era mais pobre
O meu bonito 
Jardim.

MAS O TEMPO,
Ah, o tempo,
Não as traria
Até o azevinho
Crescer...
Por isso, pus mãos
À obra
Para em versos
As ter.

EM VERSOS...
Também em cor,
Era assim
Que as teria,
Quisesse
O meu pintor
Ilustrar 
A poesia.

BAGAS
Na fantasia,
Ali prontas
Para criar,
Não as tendo
O azevinho
Desenhei
Um novo arbusto
Para bagas
Ele me dar.

E ASSIM FIQUEI
Feliz
Por ter bagas
Vermelhinhas...
...........
Não sendo
Do azevinho,
Mas da minha
Fantasia,
Todas elas
Eram minhas,
As bagas
De minha cria