Arietta
POEMA - "AS BAGAS"
Arietta
AO RAIAR De um belo dia Visitei O meu jardim... Havia Algumas rosas, Um azevinho Sem bagas, Três cameleiras Frondosas E tudo ali Para mim. VI DEUSA Desnudada Por entre verde Folhagem, Uvas frescas De latada E o jardim Como imagem. MAS AS BAGAS, As bagas do azevinho, Vermelhas, Cor do meu sangue, Não as tinha, O pobrezinho, Era um arbusto Exangue. E EU, TRISTE Por não as ter A fazer-me Companhia, Quis um novo Azevinho Com bagas Como as queria. PEDI LOGO Ao jardineiro Que o encontrasse Pra mim, Sem elas Era mais pobre O meu bonito Jardim. MAS O TEMPO, Ah, o tempo, Não as traria Até o azevinho Crescer... Por isso, pus mãos À obra Para em versos As ter. EM VERSOS... Também em cor, Era assim Que as teria, Quisesse O meu pintor Ilustrar A poesia. BAGAS Na fantasia, Ali prontas Para criar, Não as tendo O azevinho Desenhei Um novo arbusto Para bagas Ele me dar. E ASSIM FIQUEI Feliz Por ter bagas Vermelhinhas... ........... Não sendo Do azevinho, Mas da minha Fantasia, Todas elas Eram minhas, As bagas De minha cria