Activismo
6 Outubro 2023 10:40
O Grito Vermelho na Avenida Estados Unidos da América: O Desafio da Climáximo à REN e a Urgência da Transição Ecológica em Portugal
Numa Avenida simbolicamente intitulada ""Estados Unidos da América"" em Lisboa, a organização Climáximo fez ouvir um eco do próprio espírito de resistência que fundou a nação homenageada no...
Joffre Justino
Diretor / Jornalista
Numa Avenida simbolicamente intitulada ""Estados Unidos da América"" em Lisboa, a organização Climáximo fez ouvir um eco do próprio espírito de resistência que fundou a nação homenageada no nome da rua. A fachada da sede da REN foi tingida com tinta vermelha ""ecológica"", numa representação visceral da crise climática que nos assola.
A acção desafia não apenas uma empresa, mas uma mentalidade. Em meio ao caos da urgência climática, este ato audacioso torna-se uma metáfora potente para o estado do nosso planeta e a inacção que ameaça a sua sobrevivência. A acusação da Climáximo é gravíssima: a REN está ""conscientemente a escolher manter e expandir a infraestrutura de gás fóssil"". Isto, para a Climáximo, é um ""crime de guerra"".
Num país onde o debate sobre o clima muitas vezes se torna apanágio de manobras políticas, esta acção eleva a questão para uma luta comum. Bernardo Blanco, deputado da Iniciativa Liberal, acusou os ativistas de ""vandalismo"". Mas estaremos nós dispostos a chamar de vandalismo a um acto que aspira a salvar o planeta?
Este é o terceiro protesto dos últimos três dias, no contexto de um constitucional direito à Resistência e acontece porque, dizem os activistas, a REN é “uma das empresas que declarou guerra à sociedade e ao planeta”.
O Colectivo Climáximo pintou a entrada da sede da REN, na Avenida Estados Unidos da América, Lisboa, com tinta vermelha ""ecológica"".
O protesto fundamenta-se no facto de que a REN é ""uma das empresas que declarou guerra à sociedade e ao planeta"".
Segundo a Climáximo, a REN é ""uma das empresas que declarou guerra à sociedade e ao planeta"".
""Nos últimos dois dias parámos o funcionamento normal da sociedade para dizer às pessoas que precisam de parar de consentir, e que temos de resistir contra o genocídio que é a crise climática.
Hoje, fomos a um dos atores mais responsáveis por este genocídio.A REN, responsável pela infraestrutura de gás fóssil em Portugal, pelo projeto de expansão do terminal de GNL em Sines e da construção de novos gasodutos"", disse Alice Gato, uma das porta-vozes do grupo.
A mesma ativista acusou a REN de estar ""conscientemente a escolher manter e expandir a infraestrutura de gás fóssil em vez de parar estas armas de destruição em massa e implementar a transformação necessária em toda a rede elétrica"", garantindo assim, ""deliberadamente"", a ""morte de milhares de pessoas, todos os anos"".""Este é um dos crimes de guerra mais horrendos da história da humanidade, e não o deixaremos passar em branco"", continuou, acrescentando que ""a melhor forma de se comemorar o aniversário da implementação da República é retomar o direito à vida digna que está a ser roubado pelos governos e as empresas, travando a guerra que declararam à sociedade e ao planeta"".
""A História de Portugal mostra-nos que o poder popular é capaz de grandes mudanças. Hoje vivemos num momento decisivo que requer grandes mudanças, e cabe a nós, as pessoas comuns, fazer esta mudança em conjunto"", disse.O grupo Climáximo defende ""um plano de desarmamento"" para impedir a construção de novas ""armas de destruição em massa"", referindo-se à expansão do terminal de GNL em Sines e ao gasoduto de Celorico da Beira até Zamora. Em simultâneo, o Climáximo quer ver desativadas as ""atuais armas"", defendendo a substituição de gás fóssil em Portugal por 100% de eletricidade renovável e acessível até 2025.
O Climáximo promete, no mesmo comunicado, continuar com estas e outro tipo de ações ""para que seja possível travar esta guerra e garantir os direitos que os ditos defensores da República estão a roubar"", apelando que ""todas as pessoas parem de consentir com os culpados pela crise climática e que através de democracia radical, decidamos em conjunto como vamos pará-los"".
Vivendo feliz e contente da retardada mentalidade imposta por um desenfreado industrialismo e consumismo ( em Portugal a ter como bandeiras as rotundas espalhadas país fora pelo cavaquistão e o guterrismo), onde o cúmulo está nesta ideia de autoestradas quase vazias, que certamente ele adora, o deputado da Iniciativa Liberal, Bernardo Blanco, na linha dos absurdos que teve a coragem de dizer na CPI da TAP, veio agora acusar os ativistas da Climáximo, de vandalismo, nem se lembrando do como cada automóvel em Portugal, cada avião, nos empurrou para a atual crise climática e empurra para que ela continue e como a EDP é responsável pelo atraso vivido na economia verde e pior pela aceitação em troca de ter deixado cair o nuclear ganhar o uso do gás fóssil como via energética!
As suas desculpas de mau pagador são que estas ações, puseram ""mais portugueses contra o combate às alterações climáticas"".
O mesmo deputado que levou à AR um cidadão que se mostrou bem cívica no palavreado contra o PM vem agora verberar contra a utilização de tinta ecológica na sede da EDP…
E citamos a Climaximo, ""a REN está conscientemente a escolher manter e expandir a infraestrutura de gás fóssil em vez de parar estas armas de destruição em massa e implementar a transformação necessária em toda a rede elétrica"", pelo que a empresa ""está, assim, deliberadamente a garantir a morte de milhares de pessoas, todos os anos"".
Recordo as palavras de Albert Einstein: “O mundo não será destruído por aqueles que fazem o mal, mas por aqueles que os vêem fazer e nada fazem”. Esta ação do Climáximo é um grito de resistência, um apelo à ação que, indubitavelmente, não podemos ignorar.
Neste contexto, a contribuição financeira solicitada ao final do artigo não é apenas um ato de apoiar um veículo informativo; é um investimento no futuro do planeta. A luta contra a crise climática não é uma tarefa exclusiva de ativistas ou políticos; é um imperativo moral para todos nós.
Considere apoiar este tipo de jornalismo comprometido, que não se esquiva de abordar os assuntos mais urgentes e controversos de nossa época. A sua contribuição é mais do que bem-vinda; é necessária.
Joffre Justino
*) Apoie o “Estrategizando” com contribuições trimestrais de 18 euros, semestrais de 36 euros ou anuais de 60 euros, utilizando as informações bancárias fornecidas. O seu apoio é fundamental para continuarmos a informar e analisar questões críticas como esta.
NIB: 0036 0170 9910 0117 6978 7
ou
Entidade: JOFFRE JUSTINO
IBAN: PT50 0036 0170 9910 0117 6978 7, SWIFT: MPIOPTPL (solicitamos também o envio de um e-mail com o nome, o endereço e o seu comprovativo do valor da transferência realizada).
Recordo as palavras de Albert Einstein: ""O mundo não será destruído por aqueles que fazem o mal, mas por aqueles que os vêem fazer e nada fazem"". Esta ação do Climáximo é um grito de resistência, um chamado à ação que, indubitavelmente, não podemos ignorar.
Neste contexto, a contribuição financeira solicitada ao final do artigo não é apenas um ato de apoiar um veículo informativo; é um investimento no futuro do planeta. A luta contra a crise climática não é uma tarefa exclusiva de ativistas ou políticos; é um imperativo moral para todos nós.
Considere apoiar este tipo de jornalismo comprometido, que não se esquiva de abordar os assuntos mais urgentes e controversos de nossa época. A sua contribuição é mais do que bem-vinda; é necessária.