O deputado do Livre criticou o Governo por ter dialogado, até agora, apenas com Chega, PS e IL, mas chegou a agradecer-lhe, de forma sarcástica, por não ter sido convidado para “uma farsa na qual se faz de conta que se dialoga e se acaba a fazer o que o Chega quer”.
Lembrando que o chefe do executivo e líder do PSD, Luís Montenegro, repetiu durante a campanha eleitoral a expressão “não é não” quando fazia referência ao Chega, Tavares admitiu que “na letra miudinha” tal podia apenas referir-se a eventuais coligações pré e pós-eleitorais.
Mas aquilo que as pessoas “ouviram alto e bom som”, continuou, é que o PSD, como partido fundador da democracia, iria impor-se “contra a desinformação, contra a desumanidade, contra a forma com que a extrema-direita tem de desumanizar, de odiar e de dividir as nações, precisamente com o tema da imigração em Portugal ou em qualquer lugar do mundo”.
Na resposta, Luís Montenegro disse que o Governo tem “memória e responsabilidade” e quer cumprir o seu programa, com o qual o Livre vai naturalmente discordar.
Tal não significa, salientou, que o executivo não tenha capacidade de dialogar com diferentes forças políticas, incluindo o Livre.
No que toca ao tema da imigração, Luís Montenegro voltou a defender a visão do executivo, contrapondo-a à dos deputados das bancadas na esquerda do hemiciclo.
“Nós estamos a promover uma política de regulação que simultaneamente dignifica também a vida dessas pessoas” nunca falando de quem e como traz os imigrantes e os gere como escravocratas.