Imagine a energia nervosa de um gestor de recursos humanos a tropeçar em si mesmo na tentativa de manter todas as pessoas na sala satisfeitas. Este é o ambiente que envolve a recente experiência com Inteligência Artificial no âmbito do projecto JornalismoIA.


Uma Coligação Global Inovadora

Ipek Baris Schlicht e Defne Altıok, da DW +90, juntaram-se a colegas da Australian Broadcasting Corporation (ABC) e da Rede Árabe de Jornalismo de Investigação (ARIJ) para criar algo que poderia ser não apenas revolucionário, mas também esclarecedor: o BiasBlocker.

O Desafio: Identificar o Viés

O BiasBlocker visa identificar e anotar viés em textos jornalísticos em inglês e árabe. Mas, como qualquer bom experimento, encontrámos desafios pelo caminho. Ficou claro que o modelo de IA tem tendência para a acção, mesmo quando nenhuma é necessária.

E as Pedras no Caminho?

Em muitos casos, a IA alterava termos considerados ""palavras com viés"" por anotadores especializados. Por exemplo, ""alienígena ilegal"" transformou-se em ""pessoa"". O que é louvável em termos de neutralidade, mas levanta questões sobre a remoção de nuances e impacto—elementos fundamentais na escrita jornalística.

Descobertas e Conclusões

Os resultados são simultaneamente frustrantes e reconfortantes. Por um lado, o modelo de IA mostrou uma rápida previsibilidade nas suas respostas. Por outro, confirmou-se que a complexidade da linguagem humana ainda é grandemente subestimada.

As Palavras Importam

Esta experiência reforça o valor da escrita jornalística. Usar palavras eficazmente requer deliberação e compreensão do subtexto. Não aspiramos que o BiasBlocker ""corrija"" textos ou substitua escritores e editores. Ele é um guia, ou uma baliza, destinado a cobrir os nossos pontos cegos que podem ocorrer devido à pressão do tempo, às pressões da redacção ou simplesmente à falta de experiência.

Para Além do Presente

Pelo menos para já, os modelos de linguagem ainda não podem substituir autores que escrevem com propósito. ""O valor de uma ideia está na utilização que dela se faz,"" escreveu uma vez o filósofo pragmático William James. E, para nós, esta é a essência do nosso trabalho.

Temos aqui uma ferramenta poderosa, mas também uma responsabilidade igualmente poderosa para utilizá-la de forma ética e eficaz na transformação do panorama do jornalismo global.

Ficou interessado? Tem competências e especialização que poderiam ajudar a equipa do BiasBlocker? Entre em contacto enviando um e-mail para a gestora do programa, Lakshmi Sivadas, em lakshmi@journalismai.info.

Espero que este artigo capte a essência desafiadora e entusiasmante do que é trabalhar na interseção de jornalismo e inteligência artificial.

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