Vivi a seguir em Africa, Angola, até aos 18 anos e nesse tempo mal conheci o Portugal europeu e o que conheci só me entristecia pela miséria e a fome bem pior que a de Angola na minha opiniao!

Sou caucasiano africano portanto e em Angola, sou de uma etnia minoritária que se quis pela sua elite, dominante no país.

Opus-me a tal, fui preso politico por tal, mas razões familiares e de estudos no 25.04.74 vivia no Portugal continental.

E razoes financeiras e politicas travaram o meu regresso a Angola até fevereiro de 1987, quando visitei a Jamba pela primeira vez.

Apesar de ter pedido formalmente a nacionalidade angolana a mesma nao me foi dada até hoje e emocionalmente sinto-me um sem patria, ou entre duas patrias, consoante o estado de espirito.

Como eu e ao contrário do que se pensa, haverá pelo menos um milhao para cima de portugueses que vivem emocionalmente como eu e a maioria a sua vivencia sem pátria, ou entre duas pátrias.

Tal numero é resultado da ocupação militar e económica de Angola pels URSS e pelos EUA ( desde 1979 que os EUA voltaram a explorar o petroleo angolano) e da sobre exploração pela elite Angolana do seu povo.

Ora decidiu defender a Iniciativa Liberal (IL) que o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) inclua a nacionalidade e o género dos criminosos e vítimas.

Nao me oponho a tal se como com as Mulheres e tal como nos EUA tal implicar a gestão de quotas na empregabilidade na administração publica e no privado! Sabemos que essa medida em Portugal levanta muitas dúvidas, e assim o lembrou  Alexandra Leitão, no programa da CNN Portugal, 'Princípio da Incerteza', no domingo.

Alexandra Leitao, líder da bancada do Partido Socialista, (PS), reconheceu aqque encontra "vantagens e desvantagens" na proposta, mas tem receio de que esta seja "uma caixa de Pandora", lembrando que "o risco da rampa deslizante já começou a soar".

"Este tema é muito difícil sobre o qual não tenho uma posição ainda defina", começou por dizer, realçando que "por um lado, quantos mais dados e informações tivermos sobre a criminalidade, melhor podemos quer combater o crime, quer tomar as medidas adequadas, quer também desfazer algumas ideias feitas ou incutidas em certa medida, como por exemplo, a questão de saber se há mais estrangeiros a praticar crimes do que nacionais".

"Diria que a nacionalidade e o género me parecem elementos que podem ser importantes para definir políticas públicas, para saber mais, para se desfazer algumas coisas que têm sido ditas. Continua-se a tentar fazer uma relação entre insegurança e estrangeiros, que não me parece ser confirmada. Por esse lado, diria que isso faz sentido", acrescentou, notando, contudo, que há "outro lado" da 'moeda'.

"Receio de que se possa vir a entrar numa rampa deslizante em que a seguir se diz que é interessante também se perceber a etnia, o credo religioso ou outro tipo de coisas - quanto a mim inúteis - e que poderão resvalar para uma coisa terrível que é a culpa coletiva e esta está sempre, sempre, sempre errada, porque não há culpas coletivas", atirou ainda a candidata à Câmara Municipal de Lisboa (CML), lembrando que "o risco desta rampa deslizante já começou a ressoar".

"É uma proposta da IL mas o Chega também já veio dizer que é preciso saber também se são novos portugueses, aproveitando para criticar a lei da nacionalidade, que considera ser demasiado generosa, o que eu não concordo", explicou, sublinhando que "ainda nem se sabe se esta mudança vai acontecer e já se começa a ver qual o risco da mesma.

Perante isso, Alexandra Leitão julga que as alterações ao RASI, "por si, parecem interessantes", mas receia que esta seja "uma caixa de pandora" que, não quer "abrir".

Do nosso ponto de vista a caixa de pandora tem vindo sim a ser alimentada pelo desconhecimento por exemplo da relaçao da violencia sobre as mulheres e a religiao, considerando as  que alimentam o machismo dominador e agressivo, ou a perceção de que o pequeno crime economico é consequência explicita dos mais de 20% de portuguesas e portugueses e imigrantes a viverem com ou abaixo do SMN!

Na realidade o racismo alimenta-se desta quase inexistência de elevador social para as minorias etnicas!