Ontem, 1 de junho, deveria ser um dia de celebração em todo o mundo. O Dia da Criança é, por tradição, uma data dedicada à alegria, à proteção e ao reconhecimento dos direitos dos mais jovens. No entanto, para as crianças em Gaza, este dia é marcado pelo medo, pela dor e pela luta incessante pela sobrevivência. A Amnistia Internacional traz-nos relatos devastadores que clamam por ação imediata.

Jaber Nader Abu Jayab, de 34 anos, descreve com uma dor indescritível o seu encontro com a realidade cruel que assola Rafah: "Encontrei o filho da minha irmã, Mohammed (12 anos). Estava gravemente ferido e morreu dois dias depois. Depois encontrei a minha filha Mila (4 anos). Estava gravemente ferida e foi levada para o hospital, mas quando fui ao hospital cerca de uma hora depois, descobri que tinha morrido pouco depois... Depois vi a minha filha Lujan (9 anos), estava morta."

Estes testemunhos não são isolados. A situação em Gaza é alarmante, com cerca de 610 mil crianças e as suas famílias em constante perigo. Os ataques recentes em Rafah têm sido devastadores, e a Amnistia Internacional relata uma realidade de extrema violência e iniquidade. A subnutrição severa é uma realidade para muitas crianças, agravando ainda mais a crise humanitária na região.

Segundo as Nações Unidas, até 29 de abril deste ano, 34.488 palestinianos foram mortos em Gaza, dos quais 14.500 eram crianças. Estes números são mais do que estatísticas; são vidas perdidas, sonhos destruídos e famílias desfeitas. A Amnistia Internacional tem estado no terreno, documentando um padrão claro de ataques que violam o direito internacional, com militares israelitas matando civis palestinianos impunemente.

Hussein Abdelal também partilha a sua experiência aterradora: "Continuo a procurar nos escombros tudo o que consigo encontrar da minha mãe e dos meus filhos. Os seus corpos ficaram em pedaços. Encontrei bocados, partes dos corpos dos meus filhos, encontrei-os sem cabeça. É desumano; a bomba destruiu tudo. As nossas vidas, as nossas casas, até os animais foram mortos..."

Esta realidade chocante exige uma resposta urgente. A Amnistia Internacional apela à nossa ação imediata. Precisamos da sua ajuda para transformar as vidas destas crianças e das suas famílias. As contribuições financeiras são essenciais para apoiar os esforços de ajuda humanitária e para continuar a luta pelos direitos humanos em todo o mundo.

Como ajudar:
- **Transferência Bancária:** PT50 0036 0103 9910 0000 9858 8
- **Outros métodos de doação** podem ser encontrados no site da Amnistia Internacional.

A missão da Amnistia Internacional é expor violações e abusos dos direitos humanos, fazer recomendações e propor soluções. Trabalhamos incansavelmente para garantir que todas as pessoas, em qualquer lugar do mundo, possam usufruir plenamente dos seus direitos humanos. Como disse Nelson Mandela: "A nossa liberdade é incompleta sem a liberdade dos palestinianos." É com este espírito que continuamos a nossa luta.

**Ângela Ferreira João**, Diretora de Angariação de Fundos da Amnistia Internacional Portugal, reforça: "O seu apoio vai fazer a diferença na vida de muitas pessoas, activistas e defensores de direitos humanos em todo o mundo."

Hoje, mais do que nunca, o seu apoio é vital. Ajude-nos a criar um mundo onde cada criança possa viver com dignidade, segurança e esperança.

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Este artigo não só destaca a urgência da situação em Gaza, mas também serve como um apelo a todos nós para que nos unamos em solidariedade e acção. É um sinal poderoso de que cada contribuição, por mais pequena que seja, pode fazer uma diferença significativa na vida de alguém.