Não há cão que sobreviva com o salário medio portugues e preços médios da UE, JMTavares!

Numa explicação bem simples abaixo percebe-se bem o como em Portugal a iniciativa privada horroriza!

O rendimento líquido médio na UE foi de 28 217 euros, ( 2015,5 euros mês a 14 meses), face a uma remuneração bruta total mensal média por trabalhador portuguesa de 1.640 euros

Países como a França (31 481 euros) e a Suécia (33 926 euros) ultrapassam ligeiramente a média da UE, enquanto que outros, até como a Itália (24 207 euros) e a Espanha (23 568 euros), ficam aquém. A Alemanha registou o rendimento líquido mais elevado, com 38 086 euros. Há pois diferenças substanciais de rendimento as nações mais ricas da Europa
Já há sete setores da economia portuguesa em 800 onde o salário médio ultrapassa os dois mil euros brutos mensais e se equipara ao salário medio europeu .

Com um reforço salarial de quase 14% no segundo trimestre, as indústrias extrativas juntaram-se a esse grupo, do qual já constavam, por exemplo, as atividades de eletricidade e gás, as atividades financeiras e seguros e o setor tecnológico. Ou ainda, as atividades ligadas à eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio.

Ainda que tenha subido menos de 1% no segundo trimestre em termos homólogos, o salário médio praticado nesse setor manteve-se o mais expressivo da economia portuguesa: 3.588 euros.

A completar o pódio estão as atividades financeiras e de seguros e as atividades de informação e comunicação. No primeiro caso, o segundo trimestre foi sinónimo de um aumento homólogo do salário médio de 4,5%, para 2.762 euros. Já no segundo, houve uma subida de 4,9%, para 2.658 euros.

Há que acfeso a educação (onde o vencimento médio chegou aos 2.563 euros até junho), as atividades dos organismos internacionaise outras instituições extraterritoriais (2.488 euros) e a administração pública e defesa, e Segurança Social obrigatória (2.086 euros).

Com um aumento expressivo (10,1%), os transportes e armazenagem ficaram a somente quatro euros dessa fasquia — isto é, neste setor a remuneração bruta total mensal atingiu os 1.996 euros –, pelo que é previsível que no próximo trimestre o número de setores com vencimentos acima dos dois milhares de euros mensais volte a aumentar.

Ainda que tenha subido mais de 7% no segundo trimestre, o salário médio praticado na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca teimou em não chegar à barreira dos mil euros (está em 976 euros) e é a única atividade económica abaixo dessa fasquia, de acordo com os dados do INE.

Também na base da tabela está o setor do alojamento, restauração e similares (o vencimento médio é de 1.053 euros), ainda que este seja uma das atividades que mais emprega trabalhadores em Portugal, em especial imigrantes!

Com o desígnio de reforçar os salários portugueses — que persistem longe dos campeões europeus –, os economistas têm alertado que é preciso mudar o perfil da economia portuguesa, e apostar em setores que geram mais valor, sejam competitivos e, portanto, consigam pagar melhores remunerações do que as empresas turísticas.

Outro alerta que tem sido feito pelos especialistas é que é preciso que as empresas portuguesas têm de ganhar escala para conseguir pagar melhores ordenados.

No segundo trimestre, as empresas maiores não só foram as que conseguiram o maior salário médio, como foram as que registaram os maiores aumentos.

“Em junho de 2024, a remuneração total variou entre 1.039 euros, nas empresas com um a quatro trabalhadores, e 2.044 euros, nas empresas com 500 e mais trabalhadores“, sublinha o gabinete de estatísticas.

E acrescenta: “em relação ao período homólogo de 2023, a remuneração total aumentou em todos os escalões de dimensão da empresa, tendo a maior variação ocorrido nas empresas com 500 e mais trabalhadores (7,3%) e a menor nas empresas com 50 a 99 trabalhadores (4,7%)”.

Quanto à distinção entre o setor privado e o público, no segundo trimestre os aumentos dos salários médios foram idênticos (6,6% em ambos os casos), mas o Estado continua a pagar melhor (2.484 euros contra 1.389 euros).

Há, porém, justificações a ter em conta, como as qualificações dos trabalhadores, a composição etária e as diferenças nas funções prestadas.

“Verifica-se que os trabalhadores do setor das administrações públicas têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados: 55,7% dos trabalhadores neste setor tinham ensino superior (24,9% no setor privado), 27,1% tinham completado o ensino secundário ou pós-secundário (32,3% no setor privado) e 17,2% tinham um nível de escolaridade correspondente, no máximo, ao 3.º ciclo do ensino básico (42,7% no setor privado)”, detalha o INE.

Nota do editor

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14.08.24