Antes da Revolução, destacou-se na negociação do Instrumento de Regulamentação Coletiva de Trabalho (IRCT) para os analistas químicos e teve um papel central no processo de fusão dos três sindicatos do setor químico (Porto, Lisboa e Setúbal), que deu origem ao Sinquifa – Sindicato dos Trabalhadores de Química Farmacêutica, Petróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas. Posteriormente, esteve envolvida na verticalização do setor que resultou na criação da Fiequimetal (Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêuticas, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas).
No Congresso de Todos os Sindicatos, realizado em janeiro de 1977, foi eleita para o Secretariado Nacional da CGTP-IN, tendo sido sucessivamente reeleita para o Conselho Nacional e para a Comissão Executiva da central sindical desde o 3.º Congresso (em 1980) até ao XII Congresso (em 2012).
Maria do Carmo Tavares desempenhou tarefas de grande importância na CGTP-IN, trabalhando no Departamento de Contratação Coletiva e, posteriormente, assumindo a responsabilidade pelas Políticas Sociais, nas áreas da Segurança Social, Saúde e Educação.
Com um papel destacado na defesa de uma segurança social pública, universal e solidária, foi membro do Conselho de Gestão do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social durante 13 anos, bem como da Fundação Inatel. Era também militante do Partido Comunista Português (PCP).
Recordada como uma mulher estudiosa, justa e dedicada, Maria do Carmo Tavares teve um impacto profundo na luta por melhores condições de trabalho e na defesa dos direitos dos trabalhadores. Antigos secretários-gerais da CGTP-IN, como Arménio Carlos e Manuel Carvalho da Silva, sublinham o seu legado e o contributo para a transformação do sistema de segurança social em Portugal. Carvalho da Silva, particularmente, recorda-a como "uma amiga muito querida", assinalando ainda que foi madrinha do seu segundo casamento.
O velório terá início hoje, às 17h00, na casa mortuária da Igreja de São Francisco de Assis, em Lisboa. O funeral realizar-se-á na sexta-feira, com saída às 16h50 e cremação às 17h00 no Cemitério do Alto de São João.
A CGTP-IN apresenta as suas sentidas condolências à família, amigos e companheiros de luta de Maria do Carmo Tavares, perpetuando a memória de uma vida dedicada ao progresso social e à dignidade do trabalho.