A União da Poupança e dos Investimentos, pretende democratizar o acesso ao investimento e assegurar que "os cidadãos, as famílias, tenham oportunidades e incentivos para investir no seu próprio futuro". A União da Poupança e dos Investimentos (UPI) é uma iniciativa da Comissão Europeia para melhorar a ligação entre as poupanças dos cidadãos da UE e os investimentos produtivos, visando impulsionar a economia europeia.
Pretende-se criar mais oportunidades financeiras para as famílias e empresas, ao mesmo tempo que reforça a autonomia estratégica e a competitividade da UE, focando-se em áreas como inovação, descarbonização e transição digital.
A iniciativa assenta em quatro eixos principais: cidadãos e poupanças, investimento e financiamento, integração e escala, e supervisão eficiente no mercado único.
Vai diz a sra responder à "demografia complicada" e reduzir o risco de insuficiência futura de rendimentos.
Ao programa Fontes Europeias, da TSF, Maria Luís Albuquerque defende que é preciso criar oportunidades a nível europeu, para que as famílias possam "pôr as suas poupanças a render", mesmo quando o rendimento disponível é "limitado"e pretende a criação de uma conta europeia de poupança e investimento sem montantes mínimos, sublinhando que isso permite a participação de quem dispõe apenas de pequenas quantias para poupar.
"Deliberadamente pusemos a proposta de que não haja montantes mínimos", afirma a comissária, frisando que este é um tipo de produto financeiro que se destina, por exemplo, a "uma família, [ou] um jovem, que tem um salário ainda relativamente baixo, [e que] só consegue pôr de parte 10 euros por mês, [então] tem de ser possível investir esses 10 euros".
Albuquerque relaciona ainda esta agenda financeira com a conjuntura global e refere que a Europa enfrenta mudanças estruturais e não transitórias: "a pressão competitiva da China", a evolução do relacionamento com os Estados Unidos e a necessidade de financiar transições estruturais, do clima à tecnologia. "Nós só conseguimos superá-los se pensarmos à escala europeia", diz, criticando a tendência para que cada país procure soluções isoladas.
A comissária admite que a maior barreira à integração financeira europeia continua a ser política e cultural. "O que nos mantém um pouco atrasados (...) é a perceção, do meu ponto de vista errada, de que há algum conflito entre o interesse nacional e o interesse europeu", afirma, reconhecendo que persistem "fricções entre os mercados" e uma hesitação dos Estados-Membros em abrir mão de configurações nacionais que dificultam a criação de um verdadeiro mercado único de capitais.