Os manifestantes, entre os quais muitos imigrantes, protestaram contra as recentes intervenções violentas da polícia no Martim Moniz e na Rua do Benformoso, a mando do governo fascista de Luís Montenegro, que humilhou publicamente dezenas de imigrantes, obrigados a encostarem-se à parede como se fossem suspeitos de cometer crimes.

Estes actos tiveram, como seria de esperar, o apoio dos nazis do Chega que convocaram, como contra-manifestação, vigília "pela autoridade e contra a impunidade", que não conseguiu juntar mais de duas escassas centenas de energúmenos pretensiosos vindos de todo o país, na Praça de Figueira, demonstrando o seu progressivo isolamento.

O chefete desse bando, um tal não sei quê Fressura, que adora ser encostado à parede e apalpado por polícias juntamente com os seus seguidores (diz ele: “encostem-nos à parede”, referindo-se obviamente a si y sus muchachos – muchachos sim, já que, aqui há tempos, se foi vender e ao país a sus hermanos do Vox) que, das suas próprias palavras, se infere serão pedófilos, emigrantes ilegais (provavelmente nos países centrais da Europa) ou ladrões e destruidores, vai agora, como penetra e de pendura no grupo de extremistas nazis europeus convidados à tomada de posse de Trump, fazendo assim jus às suas convicções e ausência total de princípios.

Das acções policiais altamente mediatizadas no Martim Moniz e na Rua do Benformoso (onde, pela que nos dizem Montenegro e outros, se concentra o crime) foram apreendidas duas armas brancas (segundo outras fontes, uma só) e umas gramas de droga, e detidos um imigrante indocumentado e um suspeito português. Entretanto ficámos a saber pelo intendente Paulo Costa do Departamento de Armas e Explosivos (DAE) da PSP que em 2024 foram apreendidas 9746 armas, o que dá uma média de 27 armas apreendidas por dia das quais 10 brancas. Portanto em dois dias as forças policiais, se os dias fossem médios, teriam apreendido um total de 54 armas das quais 20 brancas. Olhando aos números não se percebe a importância para a "contenção do crime" das acções em apreço. Gostaríamos até de saber onde foram apreendidas as outras 18 armas brancas e as 34 armas de fogo nesses dois dias (se os dias foram médios), mas nem a polícia, nem o Montenegro, nem o não sei quê Fressura, nem a imprensa o disseram, ou seja, optaram por escondê-lo.

Mas para outra conversa a chefia da polícia, certamente acicatada pelo governo, tem palavras e com o auxílio dos vermes da imprensa burguesa aproveita todos os casos que ocorrem na zona do Martim Moniz, mesmo os mais minúsculos, para declarações altissonantes dando a sensação (que é o que está na moda) que a zona é o único ponto do país onde há crime. Ridículo! Pior ainda...

É tempo de acabar com o Estado ditatorial burguês, policial e racista de Montenegro e desse não sei quê Fressura e de construir de vez uma sociedade livre, fraterna e justa.
APR/JP

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