"O acesso à habitação transformou-se no Porto numa situação de emergência. A esmagadora maioria dos jovens e das pessoas das classes médias não têm rendimentos que lhes permitam aceder ao custo da habitação, nomeadamente a habitação para arrendamento", disse o candidato.

Manuel Pizarro, aos jornalistas numa apresentação que reuniu hoje empresários e arquitetos, entre outras entidades ligadas ao setor na AICCOPN - Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, no Porto, avançou que, se for eleito, vai assinar nos primeiros 100 dias do mandato um pacto com todos os parceiros, envolvendo-os com os objetivos do programa 'Habitar no Porto'.

Com tipologias do T0 ao T4, as casas serão construídas em terrenos já "quase todos identificados", nomeadamente no Monte da Bela e no Monte Pedral, duas localizações com projetos que, com o atual executivo da câmara, foram alvo de concursos para fins idênticos ao hoje anunciado, mas não chegaram a avançar.

As restantes localizações já identificadas são: Lordelo do Ouro, Avenida Nun'Álvares, Aldoar, Aleixo, Contumil, Corujeira, Dionísio Santos Silva, Prelada, Currais, Ouro, Boavista, Arca D'agua e Augusto Lessa.

"Temos terrenos identificados para cerca de 4.200 dos 5.000 fogos. E temos um conjunto de processos de diálogo com proprietários privados que nos garantem os terrenos necessários para o conjunto do programa", garantiu.

O programa seguirá um conceito diferente do habitual de renda acessível, ao qual chamou "renda moderada à moda do Porto", em alusão ao seu 'slogan' de campanha.

"É um valor fixo. Não estamos a falar de renda social, estamos a falar de renda para a classe média, para os jovens (...). Terão as atualizações anuais decorrentes da inflação, evidentemente, mas só essas", disse.

Já de acordo com a apresentação distribuída aos jornalistas, o programa inclui a construção de 500 casas T0 com uma renda de 300 euros por mês, 1.600 fogos T1 por 400 euros/mês, 1.600 casas T2 por 550 euros/mês, 1.000 fogos T3 por 700 euros/mês e 400 T4 a 800 euros por mês.

São vários os modelos de concurso em cima da mesa, desde o modelo de Parceria Público-Privada, a concursos destinados a cooperativas ou protocolos com instituições do terceiro setor.

Manuel Pizarro acredita que o Estado central participará financeiramente neste programa, mas foi claro caso receba um "não": "O Porto está em condições de financiar este programa. Eu, nesse caso, financiá-lo-ei, alocando ao programa de habitação a custos moderados 50% da taxa turística e 20% do IMT".

Quanto a prazos, admitiu que a maior parte das casas só estará disponível no final do mandato.

Terão prioridade residentes no Porto e recenseados na cidade há pelo menos quatro anos consecutivos, bem como nascidos no Porto e que tenham sido recenseados na cidade pelo menos durante quatro anos e queiram regressar.